Durante a audição parlamentar aos ex-responsáveis pela Santa Casa, que decorre esta quarta-feira, Edmundo Martinho afirmou que há motivos para acreditar que existem razões por detrás de toda a polémica relacionada com a SCML. “Ou são pessoais, contra mim, o que é possível e admissível”, ou “não têm nada a ver com o funcionamento da Santa Casa”, referiu.
Além disso, Edmundo Martinho afirmou que existem interesses para que os jogos sociais sejam privatizados. “Os jogos não são da Santa Casa, são do Estado, cabe ao Estado procurar a melhor solução para a exploração dos jogos. É aí que me junto a esta suspeita, que o Dr. Santana Lopes levantou, que esteja por detrás a intenção de privatizar os jogos da Santa Casa, na medida em que tudo isto que aconteceu ao longo deste ano”, disse o ex-provedor.
No final da audição, Martinho referiu que todo este processo “mancha a imagem da Santa Casa hoje, à escala deste mundo do jogo, que é relativamente fechado”. “É uma imagem que está danificada e dificilmente conseguirá ser recuperada, mas não sei o que a equipa que aí vem vai decidir e fazer em relação à situação orçamental da Santa Casa”, afirmou, em declarações às televisões.
O ex-provedor disse ainda que a saída de Ana Jorge “era previsível”. “No momento em que iniciou funções, a Dra. Ana Jorge disse que era preciso reestruturar a Santa Casa. Estamos todos de acordo. Eu deixei lá também um plano de reestruturação a vários anos, mas isso estamos todos de acordo. Passado um ano, aquilo que houve foi perda de valor para a Santa Casa, o que tornava isto previsível”, acrescentou.