Pedimos desculpa pelo óbvio, mas vamos começar este texto com uma dose de choco frito à frente, que um dia não são dias e esta iguaria é mesmo o prato-rei em Setúbal – não quisemos, por isso, sair da cidade com os dedos livres de gordura. Ao andar Avenida Luísa Todi acima (lembra-se de que, no Monopólio, custava mil escudos?), Luísa Todi abaixo (já agora, foi uma famosa cantora lírica nascida na cidade), vemos que quase todos os restaurantes têm este chamariz na ementa e arriscamos dizer que será difícil comer algum que seja mau. Portanto, não desanimamos perante as filas que se formam à porta dos restaurantes mais famosos, especialmente à hora de almoço, como o Rei do Choco, e procuramos uma esplanada para apreciar o vaivém que por aqui circula. As ostras do Sado, carnudas e salgadas, são outro cartão de visita gastronómico da região e acabam a servir de entrada a esta refeição.
Nem assim damos por terminada a busca pelos prazeres da comida. Não precisamos de andar muito para entrar no edifício do Mercado do Livramento, construído em 1930, com a consciência de que estamos num ponto turístico, sem que a experiência se transforme numa coisa má. Os produtos à venda são frescos, de qualidade, e a variedade é muita. Mas afaste-se a ideia de encontrar aqui pechinchas. No saco, guarde-se então queijos de Azeitão, peixe fresco e marisco e alguns hortícolas da região.
