Vivemos com a certeza de que haveremos de morrer. Mas será a omnipresença da morte, ao longo da vida, o gatilho para se querer viver para sempre? As vantagens e os inconvenientes de uma vida eterna são material fecundo nas artes e na literatura, e recordamos as palavras de José Saramago no lançamento da obra As Intermitências da Morte (2005): “Seria muito violento viver se não houvesse a esperança de deixar de o fazer um dia, (…) se existisse a obrigação de viver para sempre, sem a hipótese de um fim.” Será que somos todos assim tão desprendidos?
“Quanto mais as pessoas perceberem que vão viver mais tempo, mais vão querer investir em tudo o que acharem que lhes vai permitir aumentar o tempo de vida, por um lado, e viver melhor, por outro”, explica Ana João Sepúlveda, socióloga, consultora da 40+ Lab e presidente da associação Age Friendly Portugal.