Existem novas informações sobre o que terá levado à demissão de Sam Altman da OpenAI. Ainda que quatro dias depois do afastamento o empreendedor tenha sido readmitido no cargo de CEO da startup de Inteligência Artificial (IA), as razões da quezília com a empresa continuam a ser um mistério que muitos querem ver desvendado. Esta quinta-feira, a Reuters avançou que uma carta enviada ao conselho de administração assinada por vários investigadores pode ter estado na origem do despedimento. É que segundo a agência de comunicação, a carta alertava para uma descoberta no campo da IA que pode ser uma ameaça à humanidade.
A informação foi confirmada à Reuters por duas fontes que preferem manter o anonimato. A agência afirma não ter recebido a carta em questão, mas, segundo as fontes, este documento terá uma lista de queixas feitas pelos investigadores ao conselho de administração e terá provocado a demissão de Altman. Da lista constarão preocupações com a comercialização de avanços tecnológicos da empresa sem que antes fossem estudadas as consequências para a humanidade. A carta demonstra ainda inquietação com o projecto Q* (lê-se Q-Star), um avanço na inteligência artificial geral (IAG). Segundo a OpenAI, a AGI é um sistema que supera os humanos em atividades economicamente mais valiosas. À Reuters, um das fontes relata que o projeto Q* foi capaz de resolver problemas matemáticos. Ainda que se tratem de questões fundamentais, tal constitui um avanço uma vez que a matemática é uma fronteira da AIG. Atualmente, este sistema apresenta um grande sucesso na escrita e tradução, mas a matemática requer uma capacidade de raciocínio semelhante à inteligência humana.
Na carta enviada à administração, os investigadores destacaram os avanços na IA e também os seus perigos potenciais. Na missiva estaria a preocupação com um grupo de trabalho que tinha a missão de otimizar os modelos de IA existentes para, eventualmente, realizarem trabalhos científicos em substituição de humanos.
As palavras da carta terão colocado em causa o trabalho executado por Sam Altman, que liderou a empresa e tornou o ChatGTP na aplicação com maior crescimento de sempre. Antes da demissão, Altman esteve numa cimeira de líderes mundiais em São Francisco, EUA, onde afirmou que a empresa estava a fazer grandes avanços e descobertas. Um dia depois demitiu-se, mas acabou readmitido quatro dias depois.
A Reuters contactou a OpenAI, mas a startup recusou comentar o assunto.