Esta sexta-feira, ativistas do Climáximo vandalizaram um quadro de Pablo Picasso no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. Dois jovens cobriram a pintura criada em 1929 com tinta vermelha numa ação que tem o intuito de chamar a atenção para a mensagem que querem passar.
“Os ativistas denunciam a crise climática, uma guerra declarada às pessoas, conscientemente, por governos e grandes empresas emissoras”, lê-se no comunicado do grupo, que diz ainda que “não há arte num planeta morto. Temos de parar de consentir com uma normalidade onde milhares são assassinados pelos governos e empresas emissoras.”
Ainda no comunicado, os ativistas dizem que a obra não foi diretamente atingida pela tinta, por estar protegida por um vidro protetor. A tinta vermelha foi colocada em cima desse vidro, não afetando a obra nem a moldura.
A equipa de segurança do CCB fechou a sala após o ato de vandalismo executado pelo grupo Climáximo ao quadro de Pablo Picasso. A polícia foi chamada ao local e deteve os dois jovens envolvidos neste protesto.
Esta não foi a única ação de protesto executada pelo grupo Climáximo esta semana. Esta quinta-feira, três ativistas bloquearam o trânsito durante 45 minutos na Praça José Fontana, em Lisboa. Foram, também, distribuídos panfletos com o texto “Olá, precisamos de falar, agora”. Segundo o porta-voz do grupo “é necessário acordar todas as pessoas, é necessário quebrar a falsa sensação de paz e enfrentar a realidade. Não podemos continuar a ignorar as mortes, despejos e destruição causados pela crise climática. Isto é sobre ti.”
Na noite de quarta-feira, ativistas do grupo invadiram o campo de golfe Paço do Lumiar, em Lisboa, para vandalizarem o espaço. Taparam com cimento três buracos de golfe, substituíram bandeiras por outras com mensagens alusivas à causa que defendem e danificaram o relvado.
Para os ativistas, os governos e as empresas são os culpados da crise atual, considerando-os culpados de “condenar à morte milhares de pessoas devido aos seus planos de expansão da aviação, de criação de novos gasodutos e de continuação de utilização do gás fóssil para produção de eletricidade”.
Nas redes sociais, o grupo justifica estas ações pela necessidade de “parar a normalidade” para se lutar pela “justiça climática e outros planos de morte existentes”.
Ao longo dos últimos dias parámos a normalidade, porque temos de falar. Durante estes dias outros protestos por justiça aconteceram. Pessoas comuns lutam de várias formas pela justiça climática e contra os planos de morte existentes. Estamos em solidariedade e lado a lado. pic.twitter.com/Atsgffe2DC
— Climáximo ⌛️???? (@ClimaximoPT) October 12, 2023