O aviso foi sinalizado em janeiro: a Comissão Europeia pretende aplicar ao vinho advertências semelhantes às presentes nos maços de tabaco. Até 2025, a ideia é reduzir em 10% o consumo nocivo de álcool. Em Portugal, a revelação do porta-voz Stefan De Keersmaecker, que até admitiu gostar de beber o seu copo, fez saltar a rolha ao PSD. O partido recebeu a notícia “com profunda estupefação” e saiu em defesa da cultura vinícola do País e da importância económica do setor.
Vai longe o mantra salazarista – “beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses” – que normalizou flagelos sociais como as “sopas de cavalo cansado” e gerou imagens insólitas como a da chegada dos jogadores do Benfica a Amesterdão, em 1962, para disputar a final da Taça dos Campeões, carregando garrafões de vinho Messias. Contudo, receando outros sinais de fumo ditados por Bruxelas, o PSD já incentivou o Governo a uma espécie de rebelião nas instâncias europeias, em defesa da colheita e produção nacionais.