Elon Musk é um feroz opositor do trabalho remoto. Quando adquiriu a rede social Twitter, proibiu de imediato o teletrabalho na empresa e, na Tesla, deu que falar o teor de um email que enviou a todos os funcionários, há cerca de um ano, a informar da obrigatoriedade de cumprirem 40 horas semanais no escritório. Agora, numa entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, o também proprietário da SpaceX foi bastante taxativo e coloquial sobre o tema.
“As pessoas devem abandonar a maldita superioridade moral com a treta do teletrabalho”, soltou Musk, comparando “toda a noção de teletrabalho” a uma citação erradamente atribuída à rainha consorte de França Maria Antonieta, esposa do rei Luís XVI, que ocupou o trono no século XVIII.
Para o bilionário, existe um problema de produtividade – “Sou um grande crente de que as pessoas são mais produtivas quando estão presentes”, afirmou -, mas ainda mais importante é a questão do tratamento desigual entre funcionários, uma vez que nem todos conseguem executar à distância as tarefas que lhes cabem. “É moralmente errado”, declarou Musk, dirigindo o foco das suas críticas para os trabalhadores da área tecnológica, mais propensos a trabalhar remotamente, a quem apelidou de “classes de portáteis a viver na la-la-land”, ou seja, num mundo sem noção da realidade.
Após as fases mais dramáticas da pandemia de Covid-19, muitas empresas começaram a chamar para os escritórios os funcionários que se encontravam em teletrabalho. A Tesla foi uma delas. No decurso desse processo, foi tornado público um email que Musk fez chegar aos trabalhadores da empresa. Na mensagem, ele informava da necessidade de todos regressarem de imediato ao trabalho presencial a tempo inteiro. E acrescentava um aviso: Se não apareceres, vamos assumir que apresentaste a demissão.”