Isabel Alexandra Maria não nasceu herdeira do trono
Até aos dez anos, a princesa Isabel era um membro da realeza relativamente menor – o seu estatuto era semelhante ao das princesas Beatrice e Eugenie de York nos dias de hoje – mas, tudo mudou com a morte do seu avô, o rei George V, em 1936. O próximo na linha de sucessão real foi o tio, Eduardo VIII, que abdicou do trono menos de um ano depois de tomá-lo para se poder casar com Wallis Simpson, socialite norte-americana. Eduardo não tinha filhos na época e por isso o seu irmão Albert (pai de Elizabeth) ascendeu ao trono, tomando o nome de George VI e tornando Elizabeth, então com 10 anos, a primeira na fila de sucessão.
O seu petit nom foi-lhe atribuído pela irmã mais nova
Isabel e Margarida eram as únicas filhas da rainha Elizabeth, a rainha-mãe, e do rei George VI, que disse sobre as suas filhas: “Lilibet é o meu orgulho, Margarida a minha alegria”. Lilibet, claro, é Isabel, que ganhou a sua alcunha porque Margarida – a quem a família chamava carinhosamente Margot – pronunciava constantemente de forma errada o nome da sua irmã mais velha.
Ir para a escola não foi como as outras crianças
Em princípio, os herdeiros reais não frequentam a escola primária como as crianças comuns. Em vez disso, Elizabeth foi ensinada em casa, com aulas privadas dadas por diferentes professores, como Henry Marten, vice-reitor do Eton College (que ainda é apenas para meninos), e também recebeu aulas particulares de religião pelo Arcebispo de Canterbury.
A ama Marion
A rainha Isabel II e a princesa Margarida receberam educação, através da governanta e ama, Marion Crawford, que a família real chamava de “Crawfie”. Marion Crawford acabaria por ser condenada ao ostracismo depois de ter escrito, em 1953, um livro revelador chamado The Little Princesses sem permissão. O livro contava as experiências de Marion Crawford com Isabel II durante a sua juventude.
Isabel II queria ir para a guerra, mas era muito jovem
Quando a II Guerra Mundial começou, em 1939, Isabel II era uma adolescente de 13 anos, mas implorou ao pai para se juntar às forças militares de alguma forma. Começou por fazer transmissões de rádio pensadas para as crianças britânicas. Durante uma das transmissões, a princesa tranquilizou os ouvintes: “Posso dizer sinceramente a todos vocês que nós, crianças em casa, estamos cheias de alegria e coragem. Estamos a tentar fazer tudo o que podemos para ajudar os nossos bravos marinheiros, soldados e aviadores e também suportar a nossa parte do perigo e da tristeza da guerra.”
A servir na II Guerra Mundial
Apesar dos riscos inerentes ao conflito, Isabel II acabou por se juntar ao Serviço Territorial Auxiliar feminino, formando-se como condutora e mecânica em 1945, quando tinha 18 anos. Foi a única mulher membro da família real a entrar nas forças armadas e, até à sua morte, foi a única chefe de estado viva que serviu oficialmente na II Guerra Mundial.
Celebrou o fim da guerra como os súbditos
Quando o primeiro-ministro britânico da época, Winston Churchill, anunciou que a guerra na Europa tinha acabado a 8 de maio de 1945, as pessoas saíram para as ruas de Londres para comemorar – incluindo as princesas Isabel e Margarida. A dupla protegida foi autorizada a sair do Palácio de Buckingham para se juntar à restante população a pedido do seu pai. “Foi uma explosão única de liberdade pessoal”, lembrou Margaret Rhodes, a prima que as acompanhou, “um momento Cinderela ao contrário”.
A rainha Isabel II casou-se com o seu primo
O príncipe Filipe, duque de Edimburgo e a rainha Isabel II eram primos em terceiro grau. Ambos partilhavam os mesmos tetravós: a rainha Vitória e o príncipe Alberto.
A rainha e o marido conheciam-se desde a infância
Filipe, filho do príncipe André da Grécia e Dinamarca e da princesa Alice de Battenberg, conheceu Isabel II quando ela tinha apenas 8 anos e ele 14. Ambos foram ao casamento da princesa Marina da Grécia (prima do príncipe Philip) e do príncipe George, o Duque de Kent (tio de Isabel). Cinco anos depois, os dois encontraram-se de novo quando George VI trouxe Isabel para visitar o Royal Naval College em Dartmouth, onde Philip era cadete. Numa nota pessoal, Isabel II lembrou o momento em que se apaixonou pelo jovem soldado em formação: “Eu tinha 13 anos e ele 18, era um cadete prestes a sair. Ele juntou-se à Marinha no início da guerra, e só o vi muito ocasionalmente quando ele estava de licença – suponho que cerca de duas vezes em três anos. Quando o seu tio e tia, lorde e lady Mountbatten, estavam fora, ele passava vários fins de semana connosco em Windsor.”
Os pais da rainha não souberam logo do noivado
Em 1946, Filipe pediu Isabel em casamento quando planeou uma visita de um mês a Balmoral, a sua propriedade real na Escócia. Ela aceitou a proposta sem sequer contactar com os pais. Mas, quando George VI finalmente soube das núpcias pendentes, só aprovaria oficialmente se o casal esperasse para anunciar o noivado depois do seu 21.º aniversário. O anúncio público oficial do noivado aconteceu daí a um ano, a 9 de julho de 1947.
A rainha tinha um nome muito real
Ela foi a segunda monarca britânica a quem deram o nome Isabel, mas Isabel II não recebeu o nome da famosa descendência de Henrique VIII. O nome de nascimento da rainha Isabel II era Isabel Alexandra Maria, em homenagem aos nomes da sua mãe (Elizabeth), bisavó paterna (rainha Alexandra) e avó paterna (rainha Mary).
Como escolheu o apelido
Tecnicamente, o apelido da rainha era Windsor, nome de família escolhido pela primeira vez por George V em 1917, quando a família real se quis distanciar de Saxe-Coburg-Gotha, a dinastia à qual pertenciam, por soar muito germânico durante a I Guerra Mundial. Mas, como forma de se distinguir do resto da família real, em 1960, Isabel e Filipe adotaram o sobrenome oficial Windsor-Mountbatten.
Duas festas de aniversário
Como a maioria dos monarcas britânicos, Isabel celebrou o seu aniversário duas vezes, e a razão disso resume-se à pompa e circunstância apropriadas à época. Nascida a 21 de abril de 1926, esse mês foi considerado muito frio e instável, do ponto de vista meteorológico, por isso, a data de aniversário oficial passou a ser reconhecida pelo estado num sábado no final de maio ou mais tipicamente em junho, para que a celebração pudesse ser realizada durante os meses mais quentes. Incerta, a data mudava todos os anos, coincidindo geralmente com o Trooping the Colour, cerimónia militar anual, uma tradição da infantaria britânica desde o século XVII.
Coroação na televisão, mas contra a sua vontade
Isabel ascendeu oficialmente ao trono com apenas 25 anos quando o seu pai, George VI, morreu em 6 de fevereiro de 1952. Isabel estava no Quénia no momento da sua morte e regressou a casa já como rainha do seu país. Reservada e tímida por natureza, Isabel que já não tinha permitido que fossem tiradas fotografias no seu casamento, não queria que a sua coroação fosse emitida na televisão. Havia quem acreditasse que transmitir a coroação para os plebeus quebraria as tradições de permitir apenas a membros de alta sociedade britânica testemunharem a cerimónia. Por fim, apenas uma restrição: fazer planos fechados do rosto da rainha.
Um vestido de noiva e vários cupões
Ainda no rescaldo dos tempos sofridos e de austeridade do pós-guerra, Isabel usou cupões de ração e um suplemento de 200 cupões do governo para pagar o seu vestido de noiva. Um modelo extremamente elegante, feito com seda marfim duquesa, incrustado com 10 mil pérolas importadas, tendo demorado seis meses para ser feito e ostentava uma cauda de cerca de quatro metros.
A rainha não precisava de passaporte para viajar
Isabel II foi a chefe de Estado mais viajada pelo mundo, visitando mais de 115 países entre centenas de visitas oficiais, mas sempre sem passaporte. Como todos os passaportes britânicos são emitidos oficialmente em nome da rainha, tecnicamente não precisava de um.
A rainha não tinha carta de condução
Além de ter vários motoristas à disposição, na Grã-Bretanha as cartas de condução também são emitidas oficialmente em nome de Isabel II. Sir Sherard Cowper-Coles, antigo embaixador britânico na Arábia Saudita, contou ao jornal The Sunday Times o momento em que Isabel conduziu o ex-príncipe herdeiro saudita Abdullah pelos terrenos de Balmoral: “Para sua surpresa, a rainha subiu para o lugar do motorista, ligou a ignição e arrancou. [em 2003] As mulheres ainda não podem dirigir na Arábia Saudita, e Abdullah não estava acostumado a ser conduzido por uma mulher, muito menos uma rainha.”
A rainha não tinha de pagar impostos, mas pagava
A rainha pagou voluntariamente impostos de renda e ganhos de capital a partir de 1992, mas sempre esteve sujeita ao Imposto sobre o Valor Acrescentado.
Sobreviveu a uma tentativa de assassinato
Em 1981, durante o Trooping the Colour, a rainha liderou uma procissão real a cavalo em direção ao Palácio de Buckingham quando os tiros foram disparados. Um jovem de 17 anos, chamado Marcus Sarjeant, obcecado com os assassinatos de figuras como John Lennon e John F. Kennedy, disparou uma série de tiros de festim contra Isabel II. Recebeu uma sentença de prisão de cinco anos sob a lei de Ato de Traição de 1848, mas foi libertado em outubro de 1984.
Um intruso entrou no seu quarto
Um ano após o incidente do Trooping the Colour, Elizabeth teve outro sobressalto. Em vez de ter acontecido perto do Palácio de Buckingham, dessa vez foi mesmo dentro do Palácio de Buckingham. A 9 de julho de 1982, um homem chamado Michael Fagen conseguiu escalar a cerca de arame farpado do palácio, subir um cano de drenagem e daí entrar no quarto da rainha. Os relatórios da época diziam que Fagen e a rainha teriam tido uma longa conversa antes de ser preso pela segurança do palácio, mas o intruso ao jornal The Independent contou que a rainha não ficou para conversar.
Distribuía dinheiro pelos mais idosos
As moedas de prata da rainha, conhecidas como “Maundy Money”, com a sua imagem cunhada, foram dadas a aposentados numa cerimónia chamada Quinta-feira Santa. O costume real remonta ao século XIII, em que se esperava que a família real lavasse os pés e distribuísse presentes a súbditos sem dinheiro como um gesto simbólico para homenagear o ato de Jesus de lavar os pés dos pobres. Mais tarde, no século XVIII, o ato foi substituído por subsídios em dinheiro pagos pela monarca.
Para beber? Gin, por favor
Antes que os médicos da rainha a aconselhassem a parar de beber, contava-se que Isabel II gostava de gin misturado com Dubonnet (vinho fortificado doce) e uma fatia de limão com gelo, todos os dias antes do almoço. Também teria uma taça de champanhe para os serões.
Criou uma raça de cães
Isabel II tinha uma perdição declarada por Corgis (teve mais de 30 durante o seu reinado, tendo o último cão, Willow, morrido em 2018). Depois, foi a vez de ter um Dorgis, chamado Candy. A rainha projetou o cruzamento quando um dos seus Corgis acasalou com um Dachshund chamado Pipkin que pertencia à princesa Margarida.
Nas redes sociais, mas pouco
A rainha abriu conta no Twitter, em julho de 2009, sob o nome @RoyalFamily e enviou o primeiro tweet, mas não manteve a página pessoalmente desde então. Também estava presente no Facebook e passada uma década, em março de 2019, publicou o seu primeiro post no Instagram da conta da família.