“O facto de os indivíduos mais velhos terem sido os mais atingidos pela mortalidade por Covid-19 tem um impacto nas tendências de envelhecimento da população. No curto prazo, regista-se um certo rejuvenescimento da estrutura etária (não por aumento da natalidade, mas por decréscimo da sua população mais velha) e uma diminuição do índice de longevidade”, lê-se no relatório A Pandemia de Covid-19: Desafios para a Saúde dos Portugueses, elaborado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), um órgão consultivo do Governo.
Também o presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Paulo Machado, não tem dúvidas de que a pandemia teve impacto na pirâmide etária nacional. Contudo, sublinha, trata-se de um “rejuvenescimento ligeiro e pelos piores motivos”. Afinal, “aquilo de que o País precisava era de um rejuvenescimento por via do aumento da natalidade e não devido ao aumento da mortalidade dos mais velhos”, compara. Assim, não estamos perante uma inversão da estrutura etária portuguesa, que continuará extremamente envelhecida.