Um estudo, levado a cabo por cientistas da London’s Global University (UCL), da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), associa o aumento dos foguetões lançados para o espaço com a degradação da camada de ozono.
Com recurso a um modelo 3D, os investigadores analisaram o impacto dos foguetões ao entrar e sair da atmosfera terrestre e concluíram que a fuligem expelida na atmosfera superior aumenta os danos na camada de ozono, na medida em que a fuligem libertada pela combustão dos motores destes veículos é 500 vezes mais eficiente na retenção de calor do que a fuligem proveniente de outras fontes, como os voos comerciais.
O cálculo do efeito dos foguetões foi feito com base na recolha de informações dos produtos químicos usados nos 103 lançamentos de foguetões em 2019 e também a partir de lixo espacial.
Robert Ryan, da UCL, coautor da investigação, alerta que “a única parte da atmosfera que mostra uma forte recuperação do ozono após o Protocolo de Montreal [na década de 1980, este acordo proibiu o uso de produtos químicos que danificam a camada de ozono] é a estratosfera superior, e é exatamente onde o impacto das emissões de foguetões se irá sentir mais duramente”.
“Não esperávamos ver alterações de ozono desta magnitude, ameaçando o progresso da recuperação do ozono”, lamenta.
Embora o estudo revele que a perda de ozono devido ao lançamentos dos foguetões ainda é pequena, a tendência de crescimento da corrida espacial, com viagens para fins apenas lúdicos, pode agravar o potencial esgotamento da camada superior do ozono estratosférico.
Os autores sugerem, assim, a regulamentação da indústria de turismo espacial, com vista a evitar este agravamento.