Os jovens, as mulheres e os mais instruídos são os que mais valorizam o 25 de Abril. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado esta terça-feira, que pretendia identificar os principais contributos do 25 de Abril aos olhos da população portuguesa. O Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica partilhou uma sondagem feita aos portugueses sobre a Revolução dos Cravos, a que o jornal Público teve acesso.
Segundo o artigo, os jovens maiores de 16 anos avaliam o 25 de Abril de forma “muito positiva”, assim como a maioria (75% dos inquiridos), contrastando com apenas 2% da amostra que respondeu que a celebração não era importante. O estudo de opinião mostra que só 4% dos inquiridos qualifica o 25 de Abril como “nada importante”.
A população entre os 25 e os 34 anos, a maioria, é a que considera que a Revolução de Abril é “muito importante”, seguindo-se a categoria dos 35 a 44 anos. Os inquiridos com um curso superior (85%) também atribuem mais importância do que aqueles com o terceiro ciclo (73%) e inferior (64%).
O sexo feminino tem uma melhor relação com a Revolução, com uma diferença de dez pontos percentuais relativamente aos homens, havendo 80% de mulheres que classificam o 25 de Abril como uma data “muito importante”.
Quando se analisa o voto nas legislativas com a relação com a Revolução, a maioria dos inquiridos valoriza o acontecimento, exceto os votantes do Chega. Mas a equipa de coordenação deixa o aviso de que “devido ao reduzido número de inquiridos em alguns partidos, os resultados devem ser lidos como indicativos de ordem de grandeza, mais do que como proporções exatas”.
Assim, todos os votantes do Livre e do PAN consideram a Revolução foi “muito importante”, seguindo-se o Bloco de Esquerda (88%), o PS (86%), o CDU (85%), a Iniciativa Liberal (80%), o PSD (71%), o CDS (54%) e o Chega (34%).
Apesar de considerarem ser uma data importante, apenas 8% dos inquiridos manifesta publicamente a sua relação com o 25 de Abril através de celebrações públicas, enquanto 28% dizem celebrar a data “em privado”. 20% do total considera ser “um dia normal” e 27% assume que é aproveitado “o feriado para lazer ou descanso”.
O inquérito foi realizado entre os dias 10 e 18 de Março de 2022, aos cidadãos com 16 ou mais anos, com nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal. Foram obtidos 1393 inquéritos válidos, sendo 48% mulheres, 36% da A.M. de Lisboa, 29% da região Norte, 21% do Centro, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 1% da Madeira e 2% dos Açores.