Uns são constituídos por um único cristal de gelo. Outros, mais elaborados, podem conter até 200 cristais de gelo fundidos. Em comum, todos mantêm a mesma forma básica de seis lados – mas nenhum apresenta exatamente a mesma disposição de moléculas. E é isso que os torna únicos: é que, tal como as impressões digitais, não há dois flocos de neve exatamente iguais. Na realidade, são tão diversos que existe mesmo um sistema de classificação internacional para os flocos de neve, um sistema dividido em oito tipos principais de cristal de neve: dendritos estelares, placas sectoriais, cristais rebitados, colunas ocas, agulhas, dendritos espaciais, colunas com tampa e formas irregulares.
Mas como é que obtêm a sua forma única? Um floco de neve forma-se quando uma gota de água extremamente fria congela sobre uma partícula de pó no ar. “É isto que cria um cristal de gelo”, segundo se lê no site da NOAA, a agência americana para o oceano e a atmosfera. “Quando o cristal de gelo cai no chão, o vapor de água congela no cristal primário, construindo novos cristais, que são os seis braços do floco de neve”, lê-se, ainda, na CNN.
Há outras variantes a ter em conta no processo. Por exemplo, cada floco de neve individual encontra condições atmosféricas ligeiramente diferentes no seu caminho até ao solo. No fim, é a temperatura a que cada um se forma, e menos a humidade do ar, que determina a forma básica do cristal de gelo. Assim, temos cristais longos em forma de agulha a -5 C e cristais muito planos, em forma de placa, a -15 C. E embora sempre com seis lados, cada um dos seis braços pode ramificar-se em novas direções, ou mudar de forma à medida que se verificam ligeiras alterações na temperatura ou humidade em volta.
Ou seja, o ar frio é primordial, mas as temperaturas à superfície são apenas uma parte da história. É preciso ter em conta toda a coluna de ar para saber que tipo de precipitação vai ocorrer. A maior parte que se forma nas nuvens dos invernos mais frios começa por ser efetivamente neve – porque a camada superior de uma tempestade é normalmente fria o suficiente para criar flocos de neve. E assim se mantém enquanto a temperatura não sobe acima dos zero graus e até chegar ao solo.
“Porém, não haverá formação de neve se a temperatura do solo atingir os 5 graus positivos”, acrescenta o National Snow and Ice Data Center (NSIDC), um centro de informação nos EUA que apoia a investigação polar e criosférica. “A questão é que se estiver demasiado quente, não neva. Mas se estiver demasiado frio também não, sendo que pode ainda assim ocorrer a temperaturas extremamente baixas, desde que haja alguma fonte de humidade. Mas, em regra, a maioria dos grandes nevões ocorrem quando há ar relativamente quente perto do solo – tipicamente qualquer coisa como -9 C ou um pouco mais quente – desde que esse ar mais quente possa conter vapor de água.
Segundo explica ainda o site do SIDC, embora a maioria dos flocos de neve tenha menos de pouco mais de um centímetro, alguns podem atingir os cinco cm de diâmetro – quando a acompanhar uma temperatura quase velada, há ainda ventos fortes e condições atmosféricas instáveis. Além disso, apesar de serem bastante delicados, em quantidade suficiente podem fechar cidades inteiras, um pouco por todo o mundo.