A empresa aeroespacial Airbus desenvolveu um projeto que permite aos aviões comerciais economizar combustível e, consequentemente, reduzir as emissões de dióxido de carbono. A ideia consiste em colocar aviões no ar e fazê-los voar como um bando de aves migratórias: juntos e sincronizados.
Segundo a CNN, a Airbus UpNext estudou os efeitos aerodinâmicos envolvidos no chamado “voo em formação”, isto é, o ato de voar em conjunto e de forma sincronizada. Este é o procedimento que algumas aves migratórias, que até costumamos observar a voar em forma de “V”, usam para para economizar energia. A ideia da Airbus UpNext é fazer a mesma coisa, só que em aviões comerciais. Assim, em março deste ano, a empresa avançou com as primeiras experiências de um projeto chamado “Fello’fly” que consiste em usar a mesma técnica de voo das aves, mas com com duas aeronaves A350 de passageiros.
A eficiência da técnica está na formação de um vórtex. Tomando como exemplo o caso dos pássaros, estes voam perto uns dos outros de modo a tirar partido do rasto deixado pelo seguinte, sendo que a ponta das asas de cada pássaro origina um vórtex que pode fornecer apoio à ave atrás de si. Mas no caso dos aviões, os vórtex podem ser um tanto ou quanto perigosos devido à sua força e dimensão.
O principal objetivo de um piloto é sempre evitar a turbulência do rasto deixado por um vórtex e, por essa razão, é que os aviões devem estar devidamente afastados aquando a execução da técnica de voo das aves. “[Os pilotos] estarão a cerca de 3 quilómetros de distância da aeronave líder, e ligeiramente deslocados, o que significa que estão do lado do vórtex”, como explica, à CNN, Sandra Bour Schaeffer, diretora executiva da Airbus UpNext. “Mas aqui já não é o vórtex que importa: é a corrente suave de ar em rotação que está ao lado do vórtex, bem como a utilização da corrente ascendente desse ar”, acrescenta. A concretização da experiência depende, então, do proveito que os aviões fazem desta corrente de ar.
Ainda de acordo com Schaeffer, as aeronaves utilizadas, os Airbus A350, podem economizar entre 5% e 10% em combustível com a execução desta nova técnica. De acordo com a CNN, estes números são bastante significativos e podem trazer resultados positivos, caso o método venha a ser amplamente utilizado no futuro.