Era uma das reivindicações da Confederação Nacional de Associações de Pais. “Como é que os alunos podem depois fazer algum tipo de recuperação se entregarem os manuais antes? Não faz sentido”, comentara já Jorge Ascensão, o presidente da CONFAP, à VISÃO, na semana passada. Esta terça-feira, 30, o apelo foi ouvido.
Na votação na especialidade para o orçamento suplementar, só o PS votou contra a proposta do CDS. E que reza assim: “Fica suspensa a obrigatoriedade de devolução dos manuais escolares (…) , a fim de serem garantidas as condições para a recuperação das aprendizagens dos alunos”. A ter lugar, acrescenta ainda o documento, no início do ano letivo de 2020-2021.
Perante a expectativa da proposta ser aprovada na globalidade, quando for a votação final do orçamento suplementar, na sexta-feira, dia 3, as escolas estão já a parar o processo. “As aulas acabaram na sexta-feira e na segunda-feira começou a devolução. Agora, temos de suspender tudo e aguardar para saber o que fazer aos livros já devolvidos”, sublinha Filinto Lima, o responsável da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, que não esconde agora algum desalento. “Isto é brincar às escolinhas. Trata-se de um processo muito burocrático e que requer imenso do nosso tempo. A ser tomada esta medida, devia ter sido antes.”