A destruição de habitats e a consequente dizimação de espécies a que estamos a assistir levou a que um grupo de investigadores considerasse que estamos a viver a sexta extinção em massa – mas desta vez os humanos são os culpados.
As anteriores cinco extinções foram causadas por drásticas mudanças do ambiente, como erupções de vulcões, diminuição dos níveis do oxigénio ou colisões de asteroides. Atualmente, a atividade humana (tanto direta como indireta) afigura-se como a principal causa da destruição de população de espécies.
O planeta Terra sempre acompanhou as mudanças e ,após cada extinção, o número de espécies aumentou. Contudo, este processo de adaptação demora milhões de anos.
De acordo com um estudo publicado esta segunda-feira na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a taxa de extinção afigura-se muito mais rápida do que nos últimos milhões de anos, sendo que está muito acima da esperada. Mais de 400 espécies de vertebrados foram dadas com extintas nos últimos 100 anos, um número que demoraria cerca de 10 mil anos a atingir no normal decorrer da evolução.
O mais recente relatório Planeta Vivo da World Wide Fund for Nature (WWF), que utiliza indicadores para medir as mudanças na saúde dos ecossistemas do planeta, diz que o tamanho das populações de espécies diminuiu 60% entre 1970 e 2014. Este decréscimo apresenta graves consequências para os ecossistemas – as espécies encontram-se interligadas sendo que, a diminuição de uma afeta todo o ecossistema. A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais aponta que existem mais de 31 mil espécies ameaçadas de extinção o que equivale a 27% das espécies avaliadas.
No ano de 2010 foram definidas, debaixo do tratado da Convenção da Diversidade Biológica, 20 metas a cumprir até ao ano de 2020, também conhecidas como Metas de Aichi, que visavam a redução da perda da biodiversidade. Dez anos depois, os resultados afiguram-se aquém do desejado. Os países, comprometidos a aliviar a pressão dos ecossistemas, conseguiram cumprir 4 das metas estabelecidas.
Com uma atitude que visa a prosperidade económica, os países ignoram muitas vezes o impacto que a utilização desproporcional e irresponsável dos recursos naturais causa. A desflorestação, a poluição do ar e das águas, a agricultura extensiva, o consumo em massa… todos estes comportamentos sobrecarregam o mundo de maneiras que nem sempre associamos à extinção de espécies. Ao procurarem soluções a curto prazo, são conduzidos a uma destruição dos ecossistemas que põe em causa a qualidade da nossa saúde, da nossa economia, da nossa vida – que prejudica a sustentabilidade do futuro.