As mulheres não têm de se preocupar apenas com o sexismo dos homens. Aparentemente, as mulheres são também preconceituosas com outras mulheres. É essa uma das conclusões de um estudo da ONU, feito em 75 países que representam 80% da população mundial.
A pesquisa fundamentou-se em sete perguntas-chave: se os homens são ou não melhores líderes políticos; se as mulheres e os homens têm os mesmos direitos; se a universidade é mais importante para os homens do que para as mulheres; se os homens devem ter mais direitos a um emprego do que as mulheres; se os homens são melhores gestores de negócios; se a violência física de um parceiro é sempre justificada; e se as mulheres devem ou não ter plenos direitos sexuais e reprodutivos.
Os resultados demonstram que cerca de 91% dos homens e 86% das mulheres têm pelos menos uma tendência contra a igualdade de género na poliítica, na economia, na educação, na violência por parte de um parceiro íntimo ou nos direitos reprodutivos das mulheres. Cerca de 50% do inquiridos consideram que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres e 40% declaram ainda que os homens são melhores gestores de negócios.
Numa época onde a igualdade de género está em constante debate, o dado que mais surpreende é o facto de o preconceito das mulheres perante as mulheres ter aumentado de 83.4% (entre 2004 e 2009) para 84.6% (entre 2010 e 2014). No mesmo período, os homens também acentuaram o seu preconceito de 89.4% para 89.9%. A pesquisa demonstra ainda que homens mais jovens podem estar ainda menos comprometidos com a igualdade de género do que os mais velhos.