O ciclo médio de vida de um smartphone, na União Europeia, é de apenas três anos. Em cada um desses anos, os mais de 632 milhões de aparelhos existentes libertam 14 toneladas de CO2 (dióxido de carbono) para a atmosfera, o equivalente a um quarto das emissões médias de Portugal nos últimos anos.
Se o tempo de vida dos smartphones for aumentado em apenas mais um ano deixariam de ser lançadas duas toneladas de CO2 a cada 12 meses – o mesmo que retirar dois milhões de carros das estradas.
Estes números fazem parte de um relatório hoje tornado público pela European Environmental Bureau (EEB), da qual a associação ambiental portuguesa Zero faz parte.
Sabemos todos, hoje, que os eletrodomésticos e aparelhos eletrónicos não duram tanto como antigamente. Se era banal um frigorífico ou máquina de lavar roupa estar nas nossas casas durante 20 anos, agora o mais comum é durarem metade desse tempo.
O documento diz que é difícil de provar que os fabricantes estão a reduzir propositadamente a vida útil dos aparelhos, mas acrescenta que 77% dos cidadãos europeus dizem preferir reparar o que está estragado do que comprar um novo.
Os analistas do EEB estudaram os efeitos climáticos de quatro dispositivos, smartphones, computadores portáteis, máquinas de lavar roupa e aspiradores, tendo em conta a elevada quantidade de energia e recursos utilizados nas diversas fases de produção e distribuição.
A conclusão impressiona: aumentar o tempo de vida útil destes quatro aparelhos em cinco anos seria o mesmo que tirar todos os carros que circulam em Portugal – cerca de cinco milhões – da rua por um ano. Ou seja, não emitir 10 milhões de toneladas de carbono.
Mesmo que o prolongamento de vida dos dispositivos fosse de apenas um ano economizaríamos quatro milhões de toneladas por ano, o equivalente a menos dois milhões de carros.
Segundo o estudo, na UE, os smartphones têm um tempo médio de vida útil de três anos, os portáteis de seis, as máquinas de lavar roupa 11,4 anos e os aspiradores de seis. De acordo apenas com a perspetiva climática os smartphones deveriam durar, no mínimo, 25 anos, os portáteis 20, as máquina de lavar roupa 17 e os aspiradores 11 anos.
Os especialistas notam que é fundamental estender o tempo em que os aparelhos estão connosco, mas para isso é necessário que a sua capacidade de reparação seja uma prioridade.: eue consertar não seja quase tão caro como comprar novo e que as peças com que são fabricados possam ser facilmente substituídas.
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