Apesar das características naturais e inatas de cada um serem inconscientemente interpretadas pelos outros, existem uma serie de hábitos que podem fazer com que qualquer pessoa se torne mais fácil de gostar e vista como mais simpática. Mostramos-lhe 10 técnicas para provar que não são só os bonitos, os sociais e os talentosos que têm a sorte de gerar simpatia nos outros.
Ser genuíno
Ser genuíno é sinónimo de ser honesto, e a honestidade está na base da confiança. Tendemos a gostar de pessoas genuínas exatamente por sentirmos que podemos confiar nelas. É difícil gostar de alguém se não conseguirmos perceber quem a pessoa é realmente, ou o que sente.
Um estudo americano concluiu que os professores que são genuínos para com os alunos tendem a ter um impacto mais positivo sobre eles. Da mesma forma, os alunos alegam aprender mais facilmente e sentir-se mais à vontade com professores que mostram ser humanos e genuínos. Outro estudo considera que a autenticidade é crucial para que uma pessoa se sinta bem consigo mesma, e que uma pessoa, ao experienciar um momento em que é inautêntica, pode mesmo chegar a sentir-se imoral, impura e geralmente desconfortável.
As pessoas autênticas demonstram ter a confiança suficiente para estar confortáveis na sua própria pele, e essa característica faz com que seja mais fácil apreciá-las. Ao concentrarem-se naquilo que realmente as faz feliz, tornam-se pessoas mais interessantes e inspiradoras para os que as rodeiam, e conquistam a sua simpatia muito mais facilmente do que se, por outro lado, apenas tomassem decisões baseadas naquilo que achassem que os outros iam pensar delas.
Fazer perguntas esclarecedoras
É importante mostrar aos outros que quando falam connosco estamos, de facto, a ouvir. E uma boa maneira de o fazer é através de perguntas. Por vezes, quando falam connosco, estamos mais focados na resposta que vamos dar, ou na forma como aquelas palavras vão mexer connosco, e o significado do que nos é dito, ou parte dele, acaba por se perder. Se formos pedindo pequenas clarificações ao longo do discurso, a outra pessoa não só sente que está a ser ouvida, como também que nós temos genuíno interesse no que está a ser dito.
Um estudo de 2016 concluiu que, quando dois estranhos interagem pela primeira vez, o número de perguntas que colocam é proporcional ao quanto ficam a conhecer um do outro. O mesmo estudo indica que a comunicação não-verbal não é tão relevante neste aspeto.
Ter a mente aberta
Parte-se do princípio de que uma pessoa de mente aberta está pronta a ouvir os outros e a não os julgar. Isto é fulcral para que os outros se sintam à vontade para se aproximar e para partilharem os seus pontos de vista. Ninguém tem interesse em falar com uma pessoa que já tenha uma opinião “imutável e definitiva” formada.
Ter a mente aberta é conseguir ser empático sem julgar o outro. Para ser empático com alguém não é necessário acreditar no que ele acredita, nem concordar com a forma como age. É apenas necessário conseguir colocar-se no lugar do outro durante tempo suficiente para realmente compreender como age e pensa, sem fazer juízos de valor. Esta empatia fará com que os demais nos vejam como pessoas de mente aberta, às quais se podem dar a conhecer sem medo de ser julgados. No trabalho, um ambiente em que estamos constantemente em contacto com pessoas e ideias diferentes, a mente aberta é um fator positivo.
Não querer ser o centro das atenções
Tentar ser o centro das atenções pode ter o resultado inverso do pretendido. Para que as pessoas simpatizem connosco não temos de tentar mostrar que somos importantes, nem ser excessivamente extrovertidos: basta sermos amigáveis e atenciosos.
No trabalho, quando estamos no centro das atenções por alguma função que foi bem desempenhada, por exemplo, devemos virar a atenção para aqueles ao nosso redor, congratulando-os pelo apoio prestado. Se isto for genuíno, os outros vão sentir-se valorizados e vão ver-nos como humildes, o que os aproximará da nossa personalidade.
Ser consistente
Quando alguém nos aborda, gosta de saber com o que pode contar e que tipo de resposta pode esperar. Ser consistente mostra que a pessoa é confiante em si mesma e o nível de confiança influencia o sucesso profissional. Mais, é importante ser consistente não só nas ações e nos pensamentos, mas também nas emoções: não devemos deixar que o nosso estado de humor influencie a forma como tratamos os outros.
Usar linguagem corporal positiva
É importante estar ciente dos gestos, expressões e tons de voz que se utilizam diariamente, em vários contextos. Embora nem sempre seja controlável, é do interesse de cada um tentar usar linguagem corporal positiva: usar um tom de voz entusiasta, descruzar os braços, manter o contacto visual, inclinar-se para a pessoa com quem está a falar, sorrir, são alguns exemplos de gestos a adotar para cultivar a simpatia alheia. Até mesmo no mundo virtual a linguagem corporal – ou, neste caso, a falta dela – é capaz de afetar a comunicação
Segundo um estudo de 2012, a linguagem corporal é mais eficaz a mostrar sentimentos e estados de espírito do que a própria expressão facial e, através dela, as pessoas conseguem até identificar a classe socioeconómica de um individuo.
Deixar uma boa primeira impressão
Não se sabe ao certo quanto tempo demora a primeira impressão. Há quem defenda que são os 7 primeiros segundos de contacto com alguém e há quem acredite que basta um décimo de segundo para que um desconhecido tire as suas conclusões acerca de nós. De qualquer das formas, a primeira impressão é crucial para que se gere simpatia por alguém. Aqui, entra mais uma vez a linguagem corporal positiva: uma postura e aperto de mão firmes, sorrir e manter os braços descruzados.
A primeira impressão é tão importante que, uma vez que alguém tira as primeiras conclusões acerca de nós, nem mesmo factos provados que as contrariem conseguem demover a pessoa do julgamento inicial, que irá influenciar o resto da comunicação entre as duas pessoas.
Tratar os outros pelo nome
Tratar os outros pelo nome é uma boa estratégia social para reter a atenção da pessoa a quem nos dirigimos. Usar o nome próprio para iniciar uma conversa – ou durante a mesma – faz com que a outra pessoa se sinta validada e dirija a sua atenção para nós com mais facilidade. E ao se sentirem validadas, as pessoas tendem a simpatizar mais com o interlocutor. Se decora bem caras mas tem dificuldades com nomes, não tenha medo de perguntar pela segunda vez.
Saber como tocar nos outros
Quando tocamos em alguém, o cérebro dessa pessoa vai libertar ocitocina, conhecida vulgarmente como a “hormona do amor”, que nos vai associar a uma série de sentimentos positivos. Um toque no ombro, um aperto de mão ou um abraço são suficientes para que o cérebro liberte ocitocina. Mas cuidado: certifique-se sempre que os toques físicos são bem-vindos antes de o fazer, pois um toque inapropriado ou em alguém que não deseja ser tocado pode ter um efeito totalmente oposto ao pretendido.
As relações não são apenas baseadas em palavras e tocar em alguém de forma apropriada pode ser uma ótima maneira de mostrar que se preocupa. A ocitocina pode, inclusive, fazer com que os outros sejam mais generosos para connosco.
Saber balançar o trabalho e a diversão
O ditado popular diz-nos que “trabalho é trabalho, conhaque é conhaque”. No entanto, e em doses saudáveis, não há problema em misturar um pouco de “conhaque” no “trabalho”. As pessoas muito focadas no seu trabalho ou hobbies podem ser interpretadas como sendo muito sérias ou desinteressadas nos outros. Para parecer simpático, é necessário saber equilibrar o trabalho e a diversão.
Em ambiente de trabalho, há que estar focado, mas sempre com uma postura amigável e pronta a ajudar. É importante prestar atenção aos colegas e às informações que nos transmitem, assim como ser capaz de encaixar brincadeiras e pequenas interações sociais dentro do horário laboral.