Os traficantes estão a usar o Facebook para aliciar migrantes a recorrerem às suas rotas ilegais para chegarem ao Reino Unido através do Canal da Mancha. O preço? 10 mil libras (cerca de 11 mil euros) pelo serviço. Anunciam que janeiro é o melhor mês para a imigração e que, agora, o melhor é o Reino Unido, já que a Grécia e a Itália têm muita gente e as políticas anti-imigração estão mais duras. Além disso, ainda fazem alusão ao Brexit, dizendo que depois de 29 de março (data de saída da União Europeia) não será fácil chegar a terras de sua majestade.
Um afegão referiu à BBC que há “pressa” e que “todos falam nisso, dizendo que é preciso lá chegar o mais rápido possível antes que o controlo de fronteiras fique mais apertado”.
Apesar do Facebook ter anunciado o reforço dos padrões de segurança e a contratação de mais funcionários para combater o tráfico, os anúncios continuam a aparecer em pesquisas simples e perfis aberto ao público em geral.
A agência de imigração da ONU já avisou que a rede social está a deixar passar páginas que atraem os migrantes “para a morte” com promessas de uma viagem segura para a Europa.
Durante o período festivo, pelo menos 139 migrantes, maioritariamente iranianos, foram apanhados a tentar passar de França para o Reino Unido através do Canal da Mancha, alguns dentro de colchões. No entanto, e devido à segurança mais apertada, é cada vez maior o número de migrantes que tentar passar de barco em vez de usarem o comboio do túnel ou os ferries.
Sajid Javid, secretário de Estado dos Assunto Interno britânicos, viu-se obrigado a interromper as férias para falar com o seu homólogo francês de modo a pensarem num plano de ação conjunto. Da reunião saiu o compromisso de unirem patrulhas para aumentarem a vigilância nas águas por onde navegam os pequenos barcos que tentam chegar ao Reino Unido.
Os dois países pretendem intercetar os gangues organizados do tráfico e, ao mesmo tempo, consciencializar os migrantes para a perigosidade da travessia do Canal.
Nesta altura, apenas um dos cinco barcos das autoridades da fronteira – descritos como sendo capazes de intercetar vários botes de migrantes ao mesmo tempo – está ao serviço na zona e o governo inglês ainda não deu indicações sobre quando os outros quatro regressam das operações de patrulha e salvamento no Mediterrâneo.