Começou esta semana a época dos saldos durante a qual lojas e marcas anunciam grandes descontos e prometem peças e artigos, que antes seriam inacessíveis, agora, mais à mão dos consumidores.
Porém, temos de reposicionar o nosso lugar, não só como consumidores mas como clientes e actores numa transação.
Primeira regra, não somos somente meros consumidores passivos de sonhos ou de peças inúteis. Somos membros de uma sociedade que agora se intitula “de consumo”, mas mais que isso, uma sociedade de pessoas com objectivos que vão mais além do simples consumo desmedido e sem cabeça.
A segunda regra é, antes de comprar, perceber o que necessito no meu guarda-fato, peças que realmente me fazem falta ou que precisam de ser trocadas. Para não acontecer em acumular três casacos beiges ou 2 gabardinas, e quando precisamos de malhas novas, gastamos numa peça repetida. “Eu preciso mesmo disto?” será a pergunta que deve orientar as minhas compras nos saldos.
A terceira regra é saber distinguir os bens supérfluos dos necessários, pois os saldos não se resumem à roupa e à moda. Cada vez mais a moda está a tomar consciência da sua repercussão no ambiente e nas relações entre pessoas. Moda sustentável, que ajude a mudar as consciências e a melhorar o impacto ambiental.
A quarta regra é, sem dúvida, uma muito prática, perceber se o que é anunciado como saldo ou desconto é verdade. Comparar com o preço anterior e com outros lugares de venda, para perceber se compensa o esforço dos saldos. Nem todos nós podemos comprar sem olhar para o saldo da conta ou reparar no valor dos saldos.
A quinta regra é algo difícil, temos de reconhecer, mas necessária. Peça comprada que entre no nosso guarda-fatos deve requerer a saída de outra, para comodidade e para que não sejamos acumuladores. Uma “praga” que infesta o nosso tempo, acumular bens que nem damos uso e que nem deixamos que alguém os usufrua.
O nosso tempo, fantástico em vários aspectos, traz consigo desafios que requerem de nós, muita atenção. Uma vida sustentável, uma moda preocupada com o impacto no meio ambiente, relações saudáveis e um olhar atento são estes desafios. E, assim, não perdemos o divertimento essencial na experiência dos saldos.