As equipas de socorro já estabeleceram contacto visual com a retroescavadora e uma das vítimas arrastadas hoje à tarde para o interior de uma pedreira, na zona de Borba (Évora), devido a um aluimento de terras.
Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) indicou à agência Lusa que foi avistada “a retroescavadora com o corpo de uma das vítimas”, mas não confirmou a situação desta pessoa, por “dificuldade de acesso”.
Segundo a mesma fonte, o aluimento de um troço da Estrada Nacional (EN) 255, no percurso entre Borba e Vila Viçosa, provocou a queda de “dois veículos civis” para dentro de “uma pedreira com 50 metros de profundidade”.
A fonte do INEM realçou que, além de fazer cair um “veículo ligeiro e uma carrinha de caixa aberta”, a terra com a água da pedreira provocou também o “deslocamento de uma retroescavadora com o maquinista e auxiliar”.
De acordo com a mesma fonte, desconhece-se ainda o número total de vítimas na sequência do aluimento na estrada, cujo alerta foi dado às 15:45.
O INEM acrescentou que acionou um helicóptero, uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER), uma ambulância de suporte imediato de vida (SIV) e diversas ambulâncias de várias corporações de bombeiros, além de uma equipa de psicólogos.
Anteriormente, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora avançou à Lusa haver a suspeita que quatro a cinco pessoas poderão ter ficado submersas na pedreira.
“Há a suspeita de quatro a cinco vítimas que estarão submersas no interior da pedreira”, afirmou.
As operações de socorro mobilizavam, pelas 19:15, 59 operacionais e 22 veículos das autoridades, além de um helicóptero do INEM.
Na sequência do aluimento de terras, um troço da Estrada Nacional (EN) 255 abateu para dentro de duas pedreiras, que ficam contíguas à via, uma ativada e outra desativada, segundo fontes locais contactadas pela Lusa.
Um percurso de cerca de cinco quilómetros desta estrada está ladeado de pedreiras de mármores.
Na sequência da derrocada, a via está cortada ao trânsito.
Presidente da Câmara confirma existência de mortos em número ainda por apurar
O aluimento de terras numa estrada do concelho de Borba, que arrastou para dentro de uma pedreira uma retroescavadora e duas viaturas, provocou vítimas mortais, em número ainda desconhecido, disse hoje o presidente da Câmara Municipal.
“Lamentavelmente e tragicamente há mortos. Quantos? Não podemos dizer”, disse António Anselmo, em declarações à agência Lusa, sublinhando que aguarda informações por parte das autoridades sobre o número de vítimas mortais.
Assumindo que se trata de um “dia triste” para o concelho de Borba, no distrito de Évora, António Anselmo afirmou que espera que sejam apuradas as causas do aluimento de terras, num troço da Estrada Nacional (EN) 255.
O piso da estrada abateu para dentro de duas pedreiras, que ficam contíguas à via, uma ativada e outra desativada, segundo fontes locais contactadas pela Lusa.
“Vamos ver o que é que se passou exatamente e agir de acordo com o necessário”, disse o autarca, eleito por um movimento independente.
Questionado sobre se existiam indícios de que a situação pudesse vir a ocorrer naquela estrada, António Anselmo rejeitou tratar-se de uma “tragédia anunciada”.
“Eu penso que não, nunca na vida. É uma tragédia, é um acidente”, afirmou.
Infraestruturas de Portugal garante que estrada é gerida desde 2005 por municípios
A Infraestruturas de Portugal esclareceu hoje que a estrada onde ocorreu um aluimento de terras em Borba foi transferida em 2005 para “a jurisdição dos municípios” de Borba e de Vila Viçosa, pelo que “já não é uma estrada nacional”.
Sem saber qual a atual designação da estrada, fonte da Infraestruturas de Portugal garantiu à Lusa que a antiga Estrada Nacional (EN) 255 é, desde 2005, “gerida pelos municípios de Borba e de Vila Viçosa”.
Assim, são estes municípios que têm a responsabilidade direta pela manutenção e conservação desta via rodoviária.
Questionada se há registo de problemas nesta estrada até 2005, a empresa Infraestruturas de Portugal não adiantou para já essa informação.