Mary Walsh, 72 anos, reformada de uma grande empresa de telecomunicações, e Beverly Nance, 68 anos, professora reformada, vivem juntas há cerca de 40 anos. Casaram em 2009.
Em 2016, depois de muito pesquisarem, decidiram qual o local onde queriam passar a viver: uma complexo para idosos, com casas individuais, tratamento de enfermagem, piscina, centro de ginástica e uma agenda com várias atividades.
A Friendship Village Sunset Hills – Senior & Retirement Commnit, perto de Saint Louis, no estado do Missouri, é uma zona onde os idosos têm uma vida independente, mas estão acompanhados pelos funcionários que ali trabalham.
Conheceram outras pessoas que já lá vivem e acharam tudo ótimo. Puseram a casa de ambas à venda e cancelaram uma viagem de férias porque iriam mudar-se no espaço de 90 dias.
Estava tudo a correr bem, já tinham até dado um sinal financeiro para garantir as vagas, quando receberam um telefonema da administração do centro a perguntar “que tipo de relação mantinham”. A resposta foi pronta: “Estamos casadas desde 2009”, conta, ao The New York Times, Mary Walsh. “Vou ter de lhe telefonar mais tarde”, disseram do Friendship Village.
No mês passado, as mulheres fizeram entrar no tribunal federal uma queixa por discriminação sexual, depois de terem recebido uma carta do Friendship Village a cancelar a sua inscrição devido às suas políticas de co-habitação que impõem alguns limites a casas partilhadas entre irmãos, pais e filhos e casais.
“O termo casado, como está no nosso regulamento, refere-se à união entre um homem e uma mulher, assim como é entendido pela Bíblia”, referiram na carta.
“É difícil pensar num caso mais claro de discriminação com base no sexo do que este”, refere, ao The New York Times, Julie Wilensky, advogada do National Center for Lesbian Rights e que representa o casal de mulheres que, dizem, será o primeiro caso de um processo federal que tem como protagonistas um casal do mesmo sexo da terceira idade.