Estar à beira-mar a brincar com as crianças, a olhar o mar ou simplesmente a molhar os pés é banal para quem está na praia. Mas cuidado: um peixe-aranha pode estar à “espreita”.
Se estiver dentro de água os cuidados a ter são com as alforrecas e caravelas portuguesas, cujo contacto pode libertar um líquido potencialmente urticante e perigoso.
Vamos primeiro explicar o que são e, depois, como tratar as picadas, recorrendo aos conselhos da Autoridade Marítima Nacional.
Alforreca e caravela portuguesa
As águas-vivas, que chamamos de alforrecas ou medusas, vivem no mar e têm aquela textura gelatinosa. Podem ser de diferentes tamanhos e cores e costumam estar dentro de água ou mais à superfície. Têm tentáculos que libertam um líquido venenoso que serve para anestesiar os animais de que se alimentam ou como defesa.
Quando há contacto com uma água-viva há irritação na pele, queimaduras ou, dependendo do caso, reações mais graves.
Já a caravela-portuguesa vive à superfície do mar graças ao seu flutuador azul-arroxeado que está cheio de gás. Tem tentáculos que podem chegar aos 30 metros e o veneno é muito perigoso.
Caso seja picado deve sair rapidamente da água e dirigir-se ao nadador-salvador. A picada provoca uma dor forte e a sensação de queimadura no local, além de irritação, vermelhidão, inchaço e comichão. Às pessoas mais sensíveis pode provocar falta de ar, náuseas, febre ou desmaios, pelo que o conselho é o encaminhamento rápido para as urgências.
Caso tenha contacto com uma água-viva (alforreca ou medusa) estes são os cuidados a ter:
– Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno
– Não usar água doce, álcool ou amónia
– Não colocar ligaduras
– Lavar com cuidado com a própria água do mar
– Retirar com cuidado os tentáculos da água viva (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico ou água do mar
– Se possível, aplique bicarbonato de sódio misturado em partes iguais com água do mar
– Aplicar frio (água do mar gelada ou bolsas de gelo) no local atingido para aliviar a dor
– Tomar um analgésico para aliviar a dor
– Aplicar uma camada fina de pomada própria para queimaduras
Caso tenha contacto com uma caravela-portuguesa, estes são os cuidados a ter:
– Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno
– Não usar água doce, álcool ou amónia
– Não colocar ligaduras
– Lavar com cuidado com a própria água do mar
– Retirar com cuidado os tentáculos da água viva (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico ou água do mar
– Aplicar vinagre na zona atingida
– Aplicar bandas quentes ou água quente para aliviar a dor
– Consultar assistência médica o mais rapidamente possível
Peixe-aranha
É venenoso e ataca quando é pisado. De cor acastanhada, tem uma barbatana negra com três espinhos venenosos. Normalmente está escondido debaixo da areia, porque é aí que apanha as suas presas, e os banhistas acabam por pisá-lo e o venenos é-lhes injetado. A picada provoca logo uma dor muito intensa.
Como tratar uma picada de peixe-aranha
– Sair da água e chamar um nadador salvador;
– Espremer a zona da picada
– A toxina do peixe-aranha é termolábil – é destruída com alta temperatura – logo o conselho mais eficiente é colocar a zona afetada em água quente durante 15 a 30 minutos
– Verifique se a espícula (espinho) se partiu e ficou na pele; tire, mas saiba que já não está a injetar veneno
– Desinfete o sítio da picada como se fosse uma ferida
– Se, nas horas seguintes, tiver derrames, náuseas, vómitos ou inchaço na zona afetada deve ir às urgências