São 10 da manhã em Nova Iorque e a praça que todos conhecem como Time Square está mais agitada do que o costume. Vêem-se os mesmos artistas de rua que se dedicam a cativar turistas para selfies, os mesmos turistas que se fascinam com a miríade de painéis digitais que piscam a uma velocidade alucinante, o mesmo ruído de fundo que mistura o frenesim do trânsito com o som do metro que corre debaixo dos nosso pés. Um olhar mais atento dá conta de uma prancha de surf e de um skate longboard, de demasiados engravatados para os milhões que diariamente cruzam a praça que na realidade se chama Duffy, em homenagem ao padre-herói aqui eternizado em estátua.
Tudo se explica quando chega o Primeiro-Ministro, António Costa, e fica automaticamente mergulhado num mar de microfones. Segundos depois anuncia: “A World Surf League vai instalar a sua sede em Lisboa.” E fá-lo aqui porque, nesse momento, inauguram-se dois painéis com um vídeo da onda da Nazaré, surfada pelo brasileiro Rodrigo Koxa, numa mega ação do Turismo de Portugal para promover o País nos EUA, como destino de surf – e no resto do Globo, porque em Time Square passa o mundo inteiro.Parece simples, apenas mais uma conquista para Portugal neste rebuliço constante de prémios na área do turismo. Mas depois de uma conversa com a CEO global desta liga responsável pelas principais competições mundiais da modalidade, percebemos o que isso realmente representa. Sophie Goldschmidt veio de Los Angeles especialmente para este anuncio e já nem almoça em Nova Iorque. Antes de correr para apanhar o voo de regresso a casa, ainda consegue dizer-nos como está satisfeita com a primeira parceria que a Liga estabelece com um país – somos o parceiro oficial para a Europa (European Surfing Partner, na versão original). E a partir de agora, existe um selo que atesta como Portugal é o principal destino de surf na Europa. “Isto é enorme para nós e por isso quis estar aqui neste momento do anúncio. Vamos ajudar Portugal através dos nossos contactos neste meio, porque sentimos da parte do Governo e de outras entidades um envolvimento muito grande.”
Francisco Spínola é o representante da Liga em Portugal e conhece bem os meandros desta operação. “Lisboa vai passar a ser a sala de reuniões para todos os países da Europa, Médio Oriente e África e isso vai acabar por trazer outros players da modalidade até nós”, explica antes de se sentar à mesa num almoço organizado pelo Turismo de Portugal com empresários americanos do setor. Diz-nos ainda que os atletas da WSL vão vender o nosso País em vídeos vistos e revistos por praticantes da modalidade, ou melhor as nossas ondas que, atesta quem sabe, são mesmo boas. Que o digam os turistas que ainda devem estar em Time Square embasbacados com os 24, 38 metros da onda da Nazaré lá projetada e que vai passar em looping nos próximos 15 dias.