O caso do homem sérvio de 31 anos é descrito no Journal of Medical Case Reports, num artigo que relata como o paciente, que estava em lista de espera para um transplante de coração, viu o seu quadro clínico de insuficiência cardíaca reverter-se depois de ter o excesso de ferro removido do seu sangue.
O sérvio estava dependente de uma bomba elétrica para manter o coração a bater que pode agora dispensar, depois do sucesso da terapia de quelação, assim se designa o tratamento usado – o doente é tratado com desferroxamina para eliminar o ferro a mais através da urina.
A equipa de médicos australianos do Alfred Hospital, em Melbourne, que tratou o paciente, sublinha que este caso reforça a teoria que uma sobrecarga de ferro no miocárdio é uma causa reversível de insuficiência cardíaca, mesmo na sua versão mais grave, desde que seja possível usar um suporte de cirulação assistida para dar tempo para se dar a quelação.
Para os médicos, este é caso mais significativo de sucesso de sempre da terapia de quelação de ferro. O prognóstico da insuficência cardíaca no seu grau mais avançado, como era o caso, é pouco animador e implica um transplante de coração, dispositivos de assistência ventricular ou apenas cuidados palativos.
O paciente que protagoniza o artigo sofria de hemocromatose tipo 2, um distúrbio genético que se caracteriza pela acumulação excessiva de ferro, que provoca lesões nos tecidos, e estava internado nos cuidados intensivos, com sintomas como letargia extrema e falta de ar.