Glitter ou purpurina, variedades muito pequenas de plástico e outros materiais, com cores néon e iridescentes para refletir a luz. Tanto é usado no artesanato como em cosméticos. Nos últimos anos, invadiu as redes sociais e as passerelles. Segundo a revista americana The Cut, a ideia de brilho a mais não existe. Durante a Semana de Moda da capital britânica, o estilista Ashish Gupta vestiu mesmo uma das modelos com uma camisola a dizer: “Mais glitter, menos Twitter.”
Mas, alertam uma série de ambientalistas citados pelo The Guardian, no meio de todo este brilho tem sido esquecido o material de que é feito – e cujo nome diz tudo: microplásticos, partículas minúsculas que não podem ser recolhidas e levam centenas de anos para se decompor na natureza. Devido ao seu tamanho, não são filtradas pelas estações de tratamento, quando escoadas depois de um banho. Ao chegarem ao oceano tanto prejudicam a fotossíntese das algas como podem ser engolidas por peixes, tartarugas e outros animais. Outros acidentes vêm sublinhar o risco escondido nestes materiais: uma mulher numa pequena cidade do País de Gales ia ficando cega ao abrir um postal de Natal depois de uns pozinhos lhe terem entrado para o olho. Outra moda que andou por aí dizia respeito a brincadeiras de cama e incluía vaginas cheias de purpurina. Os avisos dos ginecologistas não demoraram.
A rematar, um dos seus componentes é sobretudo extraído de umas minas ilegais na Índia, onde se estima que empregue 20 mil crianças. Há já algumas fábricas a optarem por sintetizar mica, esse tal mineral, em laboratório. Mas há dúvidas de que isso resolva tudo…