Os investigadores analisaram as emissões de dióxido de carbono emitidas pelos micro-ondas utilizados na União Europeia desde a altura em que estes são fabricados até ao momento em que são deitados fora.
Só na União Europeia, os micro-ondas emitem 7,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o mesmo por ano que 6,8 milhões de carros. Embora não sejam utilizados 90% do seu tempo de vida, por hora estes aparelhos consomem 9,4 terawatts de eletricidade, o mesmo que três grandes centrais elétricas de gás natural emitem por ano.
Os investigadores perceberam que as maiores produções de dióxido de carbono são emitidas pelos produtos usados para fabricar os micro-ondas, bem como durante todo o processo de fabrico e a gestão de resíduos no fim de vida destes aparelhos.
Só o processo de fabrico dos micro-ondas contribui com mais de 20% para o esgotamento dos recursos naturais. Além disso, outros dos fatores mais importantes é o desperdício. Nos anos 90, os micro-ondas tinham em média de duração entre 10 a 15 anos, mas os aparelhos fabricados hoje em dia duram entre 6 a 8 anos.
Quando comparados com os valores praticados há 20 anos, os micro-ondas atualmente tem um preço relativamente baixo o que faz com que os utilizadores comprem novos aparelhos ainda antes de os anteriores se estragarem. O micro-ondas é o tipo de forno mais utilizados na União Europeia e estima-se que em 2020 existam 135 milhões destes aparelhos.
Alejandro Gallego-Schmid, da escola de Engenharia Química e Ciência Analítica da Universidade de Manchester e um dos autores deste estudo, alerta que “a eletricidade consumida pelos micro-ondas representa o maior impacto de todos no ambiente” e “tendo em conta que os micro-ondas representam a maior percentagem de vendas de todos os tipos de fornos na UE, é cada vez mais importante começar a abordar o seu impacto sobre o uso de recursos e o desperdício de fim de vida”.
Gallego-Schmid explica que é necessário pensar em formas de contornar este problema e aconselha que “os esforços para reduzir o consumo devem concentrar-se em melhorar a consciencialização e o comportamento dos consumidores para usar os aparelhos de forma mais eficiente. Por exemplo, o consumo de eletricidade por micro-ondas pode ser reduzido ao ajustar o tempo de uso do aparelho ao tipo de alimento”.
O dióxido de carbono, representado pela fórmula química CO2, é essencial à vida na Terra pois é imprescindível para a realização da fotossíntese – processo a energia solar é transformada em energia química que, por sua vez, é distribuída para todos os seres vivos.
O problema deste gás é o facto de ser um dos causadores do efeito de estufa que consequentemente contribui para o aquecimento global. Isto ocorre porque a alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera absorve o calor emitido pela superfície da Terra e impede a sua dissipação para o espaço, o que resulta num aumento significativo da temperatura.
Por não ter cheiro nem sabor, este composto gasoso é de difícil deteção e as suas massivas emissões registadas nas últimas décadas são provenientes de um conjunto de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e como o desmatamento, bem como de várias outras fontes secundárias como é o caso das emissões provocadas pelo uso dos micro-ondas.