Uma equipa de investigadores das universidades de Oslo, na Noruega, e de Ferrara, em Itália, concluiu que a Peste Negra, o primeiro dos vários surtos de peste bubónica, que dizimaram a população europeia entre entre 1300 e 1800, “pode ser “largamente atribuída a pulgas e piolhos humanos”.
Até aqui, acreditava-se que eram os ratos os culpados pela propagação da doença.
O estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Science, baseou-se nos registos sobre os padrões de disseminação da peste, que permitiram aos cientistas construir modelos da dinâmica da doença em nove cidades da Europa, conforme explicou Nils Stenseth, da Universidade de Oslo, à BBC.
“A praga transformou a história humana, por isso é mesmo importante perceber como se alastrou e porque se alastrou tão rapidamente, diz Katharine Dean, da mesma univerdade.
Num dos modelos criados, a praga era propagada por ratos, noutro, por transmissão aérea e noutro através de pulgas e piolhos de humanos. Em sete das nove cidades analisadas, o “modelo do parasita humano” mostrou ser a explicação mais adequada.
“A conclusão foi muito clara. O modelo dos piolhos encaixa-se melhor”, diz Stenseth, explicando que “seria improvável que se tivesse espalhado tão rapidamente com a transmissão por ratos”.