Frank Gunn-Moore, professor e responsável pelos estudos relacionados com biologia na Universidade de St Andrews na Escócia,acredita que a forma como usamos os motores de busca aumenta o risco de demência, uma vez que preferimos recorrer ao Google em vez de usarmos o nosso próprio cérebro. “Quando queremos saber alguma coisa, pesquisamos online em vez de procurar a resposta na nossa memória”, acrescenta.
Frank Gunn-Moore diz ainda que o ser humano, ao escolher não usar o cérebro, acaba por se tornar protagonista de uma experiência sobre a demência cujos resultados só serão visíveis a longo prazo.
Atualmente, o ser humano prefere o caminho mais fácil ao invés de pensar por si, insiste o professor, citado pelo The Sunday Post. “É importante promover a saúde dos nossos cérebros e para isso precisamos de usá-los”, enfatiza o professor.
Em 2016, alunos de universidade dos estados norte-americanos da California e do Illinois desenvolveram um estudo sobre a dependência da internet e chegaram à conclusão que esta altera a forma como pensamos e como nos lembramos dos acontecimentos.
Neste estudo, os participantes foram divididos em dois grupos para responderem a algumas perguntas. Um dos grupos podia usar a internet e o outro apenas a memória. Numa segunda parte, foram feitas novas questões de resposta fácil e aí poderiam usar o método que quisessem.
O estudo concluiu que, aqueles que usaram a internet na primeira parte tinham uma maior probabilidade de a usar de novo. Além disso, percebeu-se também que estes eram bastantes rápidos a decidir usar a internet e não faziam um esforço para pensar por eles próprios mesmo que as respostas fossem fáceis.
Benjamim Storm, autor deste estudo, referiu que “antes tinhamos de pensar por nós, mas agora já nem nos importamos com isso. À medida que a informação fica disponível nos nossos telemóveis e restantes aparelhos, nós tornamo-nos mais dependentes deles”.
Gunn-Moore vai dar uma palestra sobre o tema “Porque razão o ser humano é o único que desenvolve demência?”, no dia 14 de dezembro num evento de Natal sobre a doença de Alzheimer em Edimburgo, na Escócia.