Ninguém gosta de sentir dor. Mas, a avaliar por um novo estudo, que resulta da análise de quatro outros, não são poucos o que preferem ter uma dor física a uma reputação.
O recém-publicado estudo “Death Before Dishonor” (“Antes a morte que a desonra”, numa tradução livre), da Universidade da Carolina do Norte, descobriu que muitas pessoas preferem fazer sacrifícios pessoais a verem a sua reputação manchada.
Os quatro estudos analisados testaram, com métodos diferentes, a disponibilidade dos participantes para fazerem sacrifícios substanciais para proteger a sua reputação. Num, que abrangeu 100 países, os investigadores pediram aos indivíduos que fizessem diversas escolhas hipotéticas. Os resultados obtidos revelaram que uma alta percentagem de pessoas relataram preferir, por exemplo, ser presos, amputar um membro ou morrer em vez de terem as suas reputações manchadas. Já em laboratório, 30% dos participantes num dos estudos mergulharam as mãos num balde cheio de vermes vivos e descritos no estudo como “nojentos” e 63% submeterem-se a dores físicas para evitar que rumores que os davam como “racistas” se espalhassem.
“Embora o corpo degenere e eventualmente pereça, uma reputação imaterial é potencialmente imortal”, afirmam os investigadores. E a explicação para esta preocupação está no ADN: Manter uma boa reputação facilita a socialização o que, por sua vez, aumenta as hipóteses de sobrevivência.