O papa Francisco anunciou terça-feira, numa carta apostólica, que, a partir de agora, poderão ser beatificados aqueles “com a intenção de seguir o Senhor, movidos pela caridade, ofereceram heroicamente a sua vida pelo próximo, aceitando livre e voluntariamente uma morte certa e prematura”.
“A oferta heroica da vida, sugerida e sustentada pela caridade, expressa uma imitação verdadeira, completa e exemplar do Cristo”, continua o papa.
Este quarto caminho para a beatificação aceita como candidatos, exemplifica o Osservatore Romano, o jornal oficial do Vaticano, os cristãos que auxiliaram pessoas doentes e mais tarde morreram da mesma doença. Outra possível aplicação seria, segundo a agência I-Media, o caso de Corbella, uma italiana de 28 anos que recusou tratamento para o carcinoma de que sofria enquanto estava grávida porque isso poria em risco a vida do bebé. Acabou por morrer em 2012, quase um ano depois do parto.
São cristãos que Francisco considera dignos “dessa admiração que a comunidade de fiéis normalmente reserva aos que aceitaram voluntariamente o martírio de sangue ou exerceram as virtudes cristãs ao ponto do heroismo”.
A carta apostólica alerta, no entanto, que estes possíveis candidatos à beatificação têm de ter posto em prática os valores cristãos na sua vida antes do ato heroico em causa e ter uma reputação imaculada. Além disso, depois de morrerem, deve-lhes ser atribuído um milagre, aliás, à semelhança de todos os candidatos pelas outras vias, à exceção dos mártires, que ficam dispensados desta condição.