Comecemos este texto com uma evidência científica: a homeopatia existe há duzentos anos e o número de “adeptos” não tende a diminuir. Segunda evidência científica: De pouco ou nada têm servido os inúmeros estudos desenvolvidos por investigadores e a concordância quase monolítica, por parte dos especialistas, de que a homeopatia é uma fraude.
Talvez por isso, os EUA tenham decidido dar o primeiro passo para agir contra esta pseudoverdade instituída. A nova medida da Federal Trade Comission – uma agência federal que se ocupa da proteção dos consumidores, travando práticas injustas e fraudulentas – exige que os fabricantes de medicamentos homeopáticos apresentem evidência científica credível para as suas alegações de saúde. Caso isso não aconteça não podem vender os seus produtos no mercado.
Já se percebeu que não será tarefa fácil, porque essa evidência não existe. A comunidade científica internacional considera, aliás, que é tempo de se parar de investir em estudos que tentem provar a eficácia da homeopatia e guardar esse dinheiro para tratamentos que realmente ajudem os doentes.
O principal princípio por trás desta pseudociência é o de que a diluição do extrato de animal ou planta que causa sintomas similares aos que sofre um doente deve ser usado na sua cura. Só que, sempre que os investigadores se debruçam sobre essas diluições, não encontram extratos do que quer que seja – os medicamentos homeopáticos contém apenas água.
Apesar de este avanço legislativo nos EUA, este tipo de remédios não vai desaparecer das lojas. Porque a agência federal só tem poder para proibir as caixas que apoiem os seus benefícios em falsa evidência científica. Agora, cabe ao consumidor decidir se quer continuar a ser enganado, como tem acontecido de 1800 para cá.