Numa altura em que o lançamento do livro O Meu Oriente e o blogue jessyjames.pt lhe dão cabo dos dias, e enquanto espera por um novo desafio da TVI, lá mais para setembro, a atriz Jessica Athayde, 30 anos, fala das suas viagens à Indonésia e à Tailândia. Muita das delas sem companhia, porque é assim que gosta de explorar outros países. E quanto mais longe, melhor.
Porque decidiu escrever este livro?
Não foi uma ideia minha, mas sim fruto dos vários pedidos de partilha que recebia no blogue. Muitas miúdas que me seguem procuram também a calma que encontro, quando viajo sozinha para Oriente. E elas pediam-me muito que contasse essas experiências de forma mais alongada.
Mas o livro não é apenas um diário de viagem…
Não. Por exemplo, como nem toda a gente pode ir até à Indonésia, também incluí um roteiro daquilo que podemos encontrar desse país sem sair de Portugal. São indicações de atividades que faço nas minhas viagens, desde workshops de culinária, a retiros de ioga ou meditação, passando até por aulas de surf. Todas elas são quebras-gelo porreiros para se conhecerem outras pessoas enquanto se viaja sozinho.
E partilha receitas?
Sim, também o faço, lembrando-me de sugerir onde se pode encontrar um ou outro ingrediente mais específico da culinária oriental, como amendoins picantes. Qualquer mercearia de indianos da Almirante Reis os tem, mas não existem nos hipermercados.
Quais são as vantagens de viajar sozinha?
Não haver combinações. Faço o que quero, às horas que quero, sem pensar em mais ninguém. Acho que com isto me tornei mais egoísta… Ao mesmo tempo, estando sozinha, afasto-me da minha zona de conforto e consigo inferiorizar o stress e os problemas de cá.
Tem cuidados especiais quando viaja sozinha para o Oriente?
O maior cuidado que tenho é tomar banho em repelente, porque sou uma vítima dos mosquitos. De resto, há que respeitar as religiões e as culturas para onde se vai, tendo em atenção a forma como nos vestimos e comportamos. Nunca fui à consulta do viajante nem tomo as vacinas que lá aconselham. Levo comigo um minikit de farmácia com os comprimidos básicos. Mas até isso se pode dispensar, porque uma vez sofri com uma dor de dentes e encontrei o mesmo remédio que tomava cá, numa daquelas farmácias com ar de tabacaria. Quanto aos problemas intestinais também tenho tido sorte, porque os meus cuidados se limitam a beber água engarrafada. Acho que tem tudo a ver com a minha descontração.
Não sente nenhum choque cultural?
Há a barreira da língua, claro, mas, como os asiáticos não são nada arrogantes e estão sempre disponíveis para ajudar, é facilmente ultrapassável. Quando aterro lá, ainda me fazem impressão as baratas e tal, mas ao terceiro dia já ando descalça sem me lembrar delas. Ao fim de um mês – nunca vou por menos de um mês e mesmo assim tenho sempre coisas novas para descobrir – já tenho a mania que sou de lá.