É a forma mais grave de cancro da pele e tem vindo a crescer em Portugal. A boa notícia é que pode ser evitado ou, pelo menos, detetado precocemente, o que aumenta a probabilidade de cura. Outra vantagem do melanoma é ser um tumor que está à vista e que pode ser identificado facilmente.
Para alertar para esta forma de cancro, três dermatologistas belgas iniciaram em 1999 o dia do Euromelanoma, comemorado desde então a 11 de maio. A proposta para este dia é fazer rastreios gratuitos à pele e já acontece, todos os anos, em 33 países europeus, nos quais se inclui Portugal. Na página portuguesa da iniciativa está disponível um guia para o auto-exame, que deve ser feito uma vez por mês, para despistar sinais suspeitos. Em caso de dúvida, a regra é correr para o dermatologista.
Apanhar sol de forma intermitente e muito intensa é um dos principais fatores de risco. O chamado “escaldão” aumenta 3,7 vezes a probabilidade de desenvolver cancro da pele. Outros fatores importantes para esta equação são o tipo de pele e a herança genética.
Todos os anos há cerca de dez mil novos casos de cancro da pele sendo que a previsão para 2016 é a de que surjam mil novos casos de melanoma em Portugal. “Pessoas de pele branca, olhos claros, cabelos ruivos ou louros e com sardas fazem facilmente queimadura e são as mais suscetíveis aos danos da radiação ultravioleta”,alerta a médica Manuela Pecegueiro, diretora do Serviço de dermatologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. “O melanoma é o tumor maligno menos frequente mas é o mais agressivo e está relacionado com a exposição intermitente ao sol. Afeta frequentemente pessoas em idades jovens – um terço dos doentes têm menos de 50 anos – e o diagnóstico precoce é determinante no tratamento.”
Aliando-se à iniciativa Euromelanoma, o IPO de Lisboa irá rastrear 90 pessoas, durante a manhã de dia 11 de maio. Será dada preferência a pessoas de pele e olhos claros, com idade entre os 20 e os 50 anos. Inscrição obrigatória através do telefone nº 217249006.
Consulte também o ABC do melanoma, que lhe permite identificar os principais sinais de risco.
Alerta – A pele não esquece
Avisos sobre os perigos do bronze
– «A exposição solar intermitente é o pior de tudo», alerta Maria José Passos, oncologista e especialista em melanoma. Os efeitos de um escaldão ficam gravados na pele durante toda a vida e são responsáveis por um risco 3,7 vezes superior de contrair cancro da pele.
– O hábito de apanhar, numa semana de férias, todo o sol que não se tem durante o resto do ano, justifica que os suíços sejam os europeus com maior incidência de melanoma. A prática de desportos de montanha e a pele, olhos e cabelo claros são outros fatores de risco.
– Em Portugal, todos os anos há 10 mil novos casos de cancro da pele, sendo mil de melanoma.
– Os especialistas alertam para a falsa sensação de segurança associada aos protetores solares: o creme previne a queimadura, dizem, mas não os efeitos dos ultravioletas na pele. A solução é usar camadas generosas de creme, renová-las após cada mergulho e fugir do sol entre as 11 horas e as cinco da tarde.