A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) refuta, em absoluto, a existência de práticas de distanásia nos hospitais privados portugueses, como alguns comentadores, no âmbito do debate em curso sobre a problemática da Eutanásia, têm insinuado, ao supostamente referenciarem as unidades de saúde privada como promotores de “um negócio da morte, que prolonga artificialmente a vida a pessoas que sabem não ter qualquer hipótese de voltar a ter uma vida normal” (Miguel Sousa Tavares, SIC Notícias).
«Os hospitais privados têm confiança nos seus profissionais (médicos, enfermeiros e técnicos de saúde), a quem compete tratar a doença e dignificar a vida com o mínimo de dor e sofrimento. Por isso, para os hospitais privados, eutanásia e distanásia são indistintamente condenáveis», afirma Artur Osório Araújo, presidente da APHP, para quem «já é tempo de acabar, de uma vez por todas, com o preconceito segundo o qual os hospitais privados visam o lucro a qualquer preço e não olham a meios para atingir esse fim».
De acordo com o presidente da APHP, «nas situações clínicas irreversíveis e terminais, os hospitais privados têm directrizes éticas muito claras: o médico evitará a realização de qualquer procedimento, diagnóstico ou terapêutico, desnecessário e tudo fará para proporcionar aos seus doentes todos os cuidados paliativos adequados».
Artur Osório Araújo esclarece que, perante a morte iminente e inevitável de um doente, os hospitais privados defendem a ortotanásia: «A decisão de não abreviar a sua vida (pela via da eutanásia) e muito menos prolongar inutilmente a sua agonia (pela via da distanásia)».
O presidente da APHP reconhece que o desenvolvimento progressivo da tecnologia de sustentação artificial de vida pode representar uma pressão, mas que esta tem de ser usada com sabedoria e bom senso.
«Os médicos reconhecem a dimensão da finitude e da mortalidade da vida, que deve ser respeitada. No caso dos doentes terminais, o recurso a tecnologia caríssima para prolongar a vida, além de representar um custo desnecessário, impõe mais sofrimento aos doentes e à sua família. É preciso ter a coragem de reconhecer que, a certa altura, chegamos a um limite. Esse é o momento de proporcionar mais conforto, de evitar a dor e o sofrimento inuteis, através da prática dos cuidados paliativos», afirma Artur Osório Araújo.