É ilegal e não está autorizada para uso humano em Portugal, mas pode facilmente ser comprada pela internet. A droga, rápida e indolor, mais utilizada para a prática do suicídio assistido (a mesma que é usada nas clínicas da Dignitas, na Suíça), já causou quatro mortes em Portugal, confirmadas pelo Instituto de Medicina Legal. Uma investigação da VISÃO, que faz a capa desta semana quinta-feira nas bancas, apurou que há inúmeros vendedores que fornecem, por 500 euros, o barbitúrico fatal. O mercado negro da morte floresce na internet, com procura crescente nos países onde a legislação proíbe o suicídio assistido.
A VISÃO falou com Philip Nitschke, o médico australiano que difundiu o uso desta droga para os doentes terminais. O Dr. Morte, como é conhecido, confirmou o interesse dos portugueses pela substância. Na Exit, a associação pró-eutanásia que fundou e que ajuda a encontrar os vendedores fidedignos, estão mais de 30 portugueses inscritos.
Interesse confirmado também por Laura Ferreira dos Santos, fundadora do movimento “Direito a Morrer com Dignidade” e doente oncológica desde 2001. “Estou entre a espada e a parede. Tenho metástases ósseas e vivo atormentada com dores permanentes e insuportáveis. Tenho acesso a um produto letal, sei onde arranjar a droga e equaciono usá-la”, revelou à VISÃO num testemunho inquietante.
Nota: Por motivos éticos, e de acordo com as recomendações para prevenção do suicídio, a VISÃO optou por omitir o nome do medicamento letal e o seu princípio ativo e os endereços dos sites onde pode ser comprado.