O início do mês de maio já começou com uma grande variabilidade de estados de tempo em Portugal: ora frio, chuva, neve, granizo e trovoadas, ora sol e calor. Ainda que seja uma “instabilidade” típica desta época do ano, segundo Alfredo Graça, geógrafo e especialista do projeto de informação meteorológica Meteored, prevê-se uma situação muito invulgar nestas zonas de Portugal.
De acordo com os mapas mais recentes, observa-se um contraste térmico entre as regiões do litoral e as regiões do interior. Nestas últimas denota-se” anomalias térmicas positivas mais significativas à escala do Continente”, o que significa que as temperaturas devem ficar entre 1 e 1,5 ºC acima da média climatológica de referência em Vila Real, Bragança, Guarda e Portalegre, tal como as metades orientais dos distritos de Viseu, Castelo Branco, Santarém, Évora e Beja. A exceção no litoral é Faro, que segue esta tendência do interior.
Nas restantes regiões do litoral – Minho, Douro Litoral, Coimbra, Aveiro, Leiria, Lisboa e Península de Setúbal, Litoral Alentejano e Barlavento Algarvio – prevê-se que sintam a anomalia térmica positiva mais suave, ou seja, temperaturas entre 0,5 e 1 ºC superiores ao habitual.
No arquipélago da Madeira e nas ilhas mais orientais dos Açores preveem-se temperaturas até 1,5 ºC acima da média, enquanto nas ilhas açorianas mais a oeste (Corvo, Flores, Faial) e zonas do Pico, São Jorge e Graciosa esperam-se anomalias mais suaves.
Ainda assim, “isto não significa que durante todo o mês de maio as temperaturas estejam persistentemente elevadas para a estação”, reforça. “De facto, os mapas apostam numa corrente de jato polar bastante ondulante, com alternância de cristas de ar quente e de descargas de ar frio”.
Por exemplo, os modelos do Meteored preveem na semana de 13 a 20 de maio um período mais frio do que o normal de norte a sul de Portugal continental (entre 1 e 3 ºC abaixo da média).