De acordo com uma pesquisa recente do New York Times/CBS, os americanos têm mais medo desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Para sobreviventes de trauma, ver os recentes ataques terroristas e tiroteios em massa, pode ser “re-traumatizante,” segundo a psicóloga e professora associada na Universidade de Yale, Joan Cook. Muitos poderão desenvolver Distúrbio de Stress Pós-Traumático, originando mais pesadelos e sentimentos de constante alerta.
Um fenómeno que todos parecemos ignorar é o impacto que o terrorismo pode ter em pessoas que não o experienciaram diretamente, mas que foram bombardeadas por imagens diárias nos meios de comunicação.
Joan Cook trabalha com veteranos, prisioneiros de guerra e homens e mulheres que já foram alvo de violência interpessoal, há mais de 20 anos, e diz que embora as reações de sobreviventes de trauma que experienciaram o trauma em primeira mão e de pessoas que não experienciaram apenas indiretamente sejam diferentes, ambos podem levar ao mesmo tipo de stress emocional.
As notícias de ataques e possíveis ameaças de que estamos constantemente a ser alvo causam reações diferentes nas pessoas: uns tentam ignorar o excesso de informação, há quem se sinta inútil e outros ficam com medo, chegando mesmo a mudar rotinas.
Se pertence ao último grupo, siga a série de factos lançada pela Associação Americana de Psicologia após o 11 de setembro, para ajudar as pessoas a lidar com o terrorismo e outros desastres.
Quando se sentir stressado, é importante que mantenha as suas rotinas, que se mantenha ligado aos seus amigos e família, que tome conta de si comendo bem, fazendo exercício e descansando.
Mas mais importante, pense nas coisas em perspetiva – é mais provável morrer num acidente de carro do que num ataque terrorista. No entanto, anda de carro todos os dias sem anteceder um acidente, porquê andar na rua a temer um ataque terrorista?
Joan Cook costuma dizer aos seus pacientes para tirarem os seus “óculos de trauma” e limpá-los um pouco – para que vejam o mundo com mais clareza. Mesmo havendo pessoas perigosas no mundo e que estes ataques sejam completamente horríveis, temos que perceber que no mundo há mais pessoas boas que pessoas perigosas.
Por isso não se mantenha “fechado” em casa com medo de viver a sua vida, pense em perspetiva.