Subir ao Evereste acarreta riscos para a saúde, já se sabe. Desde os perigos associados às reduzidíssimas temperaturas, passando pela altitude e consequente falta de oxigénio. Mas um cientista escocês, Bob Kerr, alerta para outro risco grave: a exposição a radiação.
Em maio do ano passado, o especialista, de 36 anos, escalou o Evereste e registou os níveis de radiação ao longo do percurso. Aos 7,925 metros interrompeu a subida, quando perdeu temporiamente a visão no olho direito, devido à falta de oxigénio. O seu guia levou então o equipamento até aos 8.839 metros acima do nível do mar, onde a radiação proveniente dos raios cósmicos equivale a 1 milisievert .
À Sociedade para a Proteção Radiológica, Kerr sublinhou, no entanto, que apesar dos riscos, ainda ninguém morreu na sequência da exposição a essa radiação e que mesmo as probabilidades de desenvolver um cancro fatal como consequência da exposição são baixas: uma para 10 mil. No entanto, a mesma dose de radiação, mas proveniente não de raios de cósmicos, é classificada como “dose significativa” e no limite da dose anual segura.