A análise dos resultados da prova de exame nacional de Português (1.ª fase), que teve em conta as respostas de 50.916 alunos (internos), segundo o relatório, aponta para uma percentagem de 63,3 por cento (%) de classificações iguais ou superiores a 10 valores.
Analisando os grupos de questões em que os alunos obtiveram piores resultados, o GAVE assinala que as principais dificuldades se revelaram em “tanto em itens em que se avalia a leitura orientada de um texto literário, como em itens em que se avalia o funcionamento da língua, quando a resposta exige o domínio de metalinguagem”.
“É de destacar que, nos itens que exigem resposta estruturada (…), além das dificuldades ao nível do conteúdo, os alunos revelam fracos desempenhos nos parâmetros da organização e da correcção linguística”, sublinha o GAVE.
Segundo o documento, “os resultados obtidos nos parâmetros da correcção linguística são inferiores aos resultados obtidos nos parâmetros do conteúdo, embora tanto uns como outros se situem em níveis negativos”.
Como propostas de intervenção didáctica, o GAVE sugere, no domínio da Leitura, além do desenvolvimento do conhecimento lexical, “um reforço do trabalho que envolva a realização de inferências e o posicionamento crítico face aos textos lidos”.
No domínio da expressão escrita, defende a realização de um trabalho sistemático que envolva a aprendizagem e o treino de diferentes tipologias de texto, “assegurando um crescente domínio das capacidades envolvidas na planificação, textualização e revisão dos textos”.
Já no domínio do funcionamento da língua, segundo o relatório, é fundamental “assegurar o desenvolvimento de um trabalho de acordo com a metalinguagem e as orientações metodológicas explicitadas no Programa”.
Nas conclusões, o GAVE refere que se deve continuar a insistir na necessidade de assegurar a melhoria de desempenho ao nível dos processos de leitura e de escrita.
“As fragilidades a este nível são recorrentemente diagnosticadas na análise dos resultados da generalidade das disciplinas, sobretudo na de Português, mas com igual relevo nas áreas da Matemática, das Ciências Naturais e das Ciências Sociais e Humanas, em qualquer dos níveis de ensino em causa”, acrescenta.
O GAVE insiste ainda que “os resultados continuam a mostrar que, em termos médios, são persistentes as dificuldades em várias vertentes, de que se destacam as capacidades para, entre outros, estabelecer adequadamente ligações entre os vários tópicos de uma mesma disciplina, explicitar relações causa-efeito e desenvolver raciocínios lógico-dedutivos, bem como raciocínios demonstrativos.