Há uma semana, foi a notícia do dia: Angelina Jolie anunciava, num artigo publicado no The New York Times, que se tinha submetido a uma mastectomia dupla depois de descobrir que, por ser portadora de uma alteração genética, corria um risco de 87% de vir a sofrer de cancro da mama. E explicava que tinha decidido contar a sua história para ajudar outras mulheres em situação semelhante.
Foi um teste ao gene BRCA1 que permitiu à atriz conhecer o elevado risco que corria. Mas, começou por notar o site NaturalNews, o ‘timing’ de Angelina coicinde precisamente com o final de uma histórica batalha legal nos EUA – até ao final de junho é esperada uma decisão do Supremo Tribunal Federal norte-americano sobre a patente dos genes BRCA1 e BRCA2. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que inclui mais de 150 mil pessoas, entre médicos, cientistas e doentes, pede a revogação das patentes sobre estes genes detidos pela Myriad Genetics.
As patentes sobre genes não existem na Europa e têm estado no centro de acesa polémica nos EUA, com a Myriad Genetics a garantir que o facto de deter a patente destes genes não prejudica ninguém, uma vez que, alega, 95% dos americanos têm seguros que cobrem os testes e que a empresa prevê um plano especial para quem não pode pagar.
Para o autor do artigo do NaturalNews, ligado à medicina alternativa, o anúncio de Angelina Jolie não passa de puro marketing que, e enquanto a decisão da justiça não é conhecida, já levou a uma valorização significativa das ações da Myriad Genetics. Ter-se-à a atriz vendido a uma indústria de milhões, como alega o site?