Uma discrepância que é explicada à Lusa por Y Ping Chow, líder da Liga dos Chineses, não pela existência de inúmeros ilegais, mas sim pelo facto de contabilizarem os chineses nascidos em Macau ou provenientes de Moçambique, bem como os já naturalizados ou nascidos em Portugal.
“Apesar de naturalizados, como eu, ou nascidos em Portugal, consideramo-nos sobretudo chineses, além de portugueses”, justificou.
A maior concentração de chineses em Portugal encontra-se em Lisboa, mas o principal centro de actividade comercial está em Varziela, Vila do Conde, onde existem 200 grandes armazéns de produtos chineses.
Os restaurantes, as lojas e os grandes armazéns para revenda dos seus produtos são os sectores onde os chineses se empregam, mas também incerto é o número de estabelecimentos comerciais existentes no país, os quais, segundo Ping Chow, começam também a sentir a crise, embora tradicionalmente as lojas sejam mais procuradas por venderem produtos a preços mais acessíveis.
Os últimos dados não-oficiais apontam para cerca de 500 restaurantes chineses, 300 armazéns de revenda e duas mil lojas chinesas em todo o país.
Nas décadas de 1970 e 1980 a emigração chinesa para Portugal floresceu com o negócio dos restaurantes, mas na década seguinte emergiu uma nova área de actividade, que se tem mantido em alta: as lojas de produtos chineses.
“Hoje não há praticamente aldeia em Portugal que não tenha uma loja chinesa”, diz Ping Chow, com orgulho.
O presidente chinês, Hu Jintao, inicia sexta-feira uma visita de dois dias a Portugal destinada a reforçar as relações bilaterais, sobretudo na área comercial, onde continua a verificar-se grande assimetria.
É a primeira visita de um presidente chinês a Portugal em quase uma década e ficará marcada pela realização de um fórum económico com um número recorde de empresários chineses (mais de 200).