Carolina Salgado não compareceu à audiência desta quarta-feira de manhã por se ter deslocado ao Instituto de Medicina Legal do Porto, para realizar exames relacionados com a alegada agressão de que foi vítima terça-feira ao sair do tribunal, pela hora do almoço.
Carolina Salgado saiu às 11h00 do Instituto de Medicina Legal, onde realizou exames para “avaliar eventuais lesões sofridas nos incidentes de terça-feira”, conforme disse à Lusa o advogado José Dantas, referindo-se à alegada agressão, no meio de um coro de insultos.
A ex-companheira de Pinto da Costa faltou também à audiência da tarde, alegando não ter quem fosse buscar os filhos à escola.
Fonte judicial disse que Carolina Salgado está convocada para depor segunda-feira, 9 de Março, tendo, entretanto, que justificar, formalmente, a ausência de hoje.
O julgamento prossegue sexta-feira numa sessão em que vai estar ausente o arguido António Araújo, que vai ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Augusto Duarte voltou a não comparecer hoje, alegando motivos de saúde, e a sua presença nas próximas sessões é ainda uma incógnita.
Sexta-feira vão ser ouvidos o juiz António Mortágua (antigo presidente do Conselho de Justiça da FP Futebol), Pôncio Monteiro (membro do Conselho Sueprior do FC Porto) e Antero Henrique (director-geral da SAD do FC Porto), bem como Perdigão da Silva, árbitro auxiliar de Augusto Duarte no Beira-Mar-FC Porto.
Em audiência, Carolina Salgado manteve terça-feira o que dissera em fase de inquérito, afiançando que Pinto da Costa pediu os favores do árbitro no jogo Beira-Mar/Porto e lhe entregou um envelope com 2.500 euros.
Já o presidente do FC Porto negou a alegada tentativa de suborno de Augusto Duarte,
O dirigente portista afirmou que o árbitro, pronunciado por corrupção passiva desportiva, se dirigiu a sua casa para pedir ajuda na resolução de problema familiar, que nada teria a ver com dinheiro ou futebol.
A tese de Pinto da Costa foi corroborada pelo co-arguido António Araújo – um empresário de futebol que, tal como o presidente portista, está pronunciado pelo crime de corrupção activa desportiva.
O “caso do envelope” reporta-se ao encontro Beira Mar-FC Porto, da 31.ª jornada da Superliga de 2003/2004 – realizado em 18 de Abril de 2004 e que terminou com um empate sem golos – enquadrando-se no processo “Apito Dourado”, relacionado com alegada corrupção e tráfico de influências no futebol profissional e na arbitragem.