Com apenas uma maioria relativa e acossado pelo mais de um milhão de votos do Chega à sua direita, Luís Montenegro foi o primeiro a admitir que o “desafio é grande” e que vai “exigir grande capacidade de diálogo de tolerância”. No discurso de uma vitória que soube a pouco, o presidente do PSD e líder da coligação Aliança Democrática (AD) garantiu que irá “cumprir a palavra” dada durante a campanha eleitoral: não haverá acordos com o Chega.
Caso contrário, prosseguiu, um eventual “incumprimento do compromisso” assumido será uma “tamanha maldade”. Ainda assim, no discurso de encerramento da noite eleitoral, o líder da AD não deixou de focar em dois temas caros ao partido de André Ventura. Primeiro, afirmou ser “possível dar às forças de segurança melhores condições de trabalho e de remuneração”, assim como, disse, ser possível “combater a corrupção” e “restabelecer a dignidade das instituições”.
Mesmo com uma vitória tangencial em relação aos socialistas, Luís Montenegro espera ser indigitado primeiro-ministro. “É minha expetativa ser indigitado para formar governo”, declarou, recordando ter sempre afirmado que “por um voto se ganha e por um se perde”.
Tendo em conta o resultado final, Luís Montenegro evitou comprometer-se com um eventual acordo com a Iniciativa Liberal, preferindo, isso sim, apelar ao “sentido de responsabilidade” de todos os partidos no sentido de dar ao País condições de “estabilidade e governabilidade”. Isto porque, sublinhou, todos deverão respeitar a “vontade” dos eleitores.
“No nosso entendimento, os portugueses falaram e disseram que queriam mudar de Governo, que queriam mudar de políticas, e querem que os grandes partidos se apresentem de forma renovada e com capacidade de se renovarem, e que é necessário que os partidos devem privilegiar mais o diálogo e concertação entre líderes e partidos”, referiu.