Amândio Madaleno não contava com eleições em 2022. Na hora do aperto, o presidente do Partido Trabalhista Português (PTP) convocou, uma vez mais, José Manuel Coelho. “Façam vocês as listas”, ter-lhe-á transmitido. E assim foi.
Primeiro candidato madeirense à Presidência da República, José Manuel Coelho é agora cabeça de lista por Lisboa. O PTP concorre apenas em três círculos (Lisboa, Funchal e Setúbal), depois de “problemas logísticos” que impediram a entrega de listas noutros distritos. Ainda assim, o candidato espera “fazer mais” do que os 3 616 votos (em 16 círculos) em 2022.
“Um bom resultado seria ser eleito para o Parlamento. É difícil, claro, mas não é impossível”, garante. “As pessoas estão fartas de PS e PSD e procuram alternativas. Muitos desses votos podem vir parar ao PTP”, afirma.
Conhecido pelos excessos, provocador controverso – chegou a despir-se em pleno Parlamento da Madeira –, assíduo em tribunais (por processos de desobediência e difamação), José Manuel Coelho, ex-pintor da construção civil, acredita que, a 10 de março, vai estar em condições de “contribuir para a constituição de um governo de esquerda”. “Queremos ajudar as forças democráticas a terem mais um representante, ajudar a democracia conquistada com o 25 de Abril”, porque é essencial “combater um Governo de direita”, disse José Manuel Coelho, em entrevista à agência Lusa.
O cabeça de lista do PTP pelo círculo de Lisboa, que se descreve como “um homem de Abril”, aposta numa solução alargada. “O PTP não quer maiorias. A solução ideal é um governo com vários partidos. O PTP vê com bons olhos uma união com PS, BE e PCP”, assumiu, recordando, com saudade, a experiência da Geringonça. “A política ganha com várias cabeças a pensar uma coisa”, disse, exemplificando: “O camarada António Costa quando governou aliado ao PCP e ao Bloco a ‘coisa’ conduziu-se bem. Depois quando teve maioria absoluta foi um desastre”.
No próximo domingo, 10, os portugueses são chamados a escolher.
Com Lusa