Dramatização total. Luís Montenegro fez o arranque do debate da moção de confiança com um desafio direto: está disponível para suspender a sessão se o líder do PS esclarecer que dúvidas quer ver esclarecidas. A mensagem é clara: o primeiro-ministro quer que os eleitores vejam em Pedro Nuno Santos o culpado pela crise política, mesmo sendo sua a iniciativa de apresentar uma moção de confiança.
Luís Montenegro virou todo o discurso contra o PS. “A posição do PS é decisiva”, começou por dizer no arranque do debate da moção de confiança, acusando o partido de querer “manter em lume brando” a suspeição e notando como, na Alemanha, os socialistas do SPD estão a dar a mão aos democratas-cristãos da CDU para travar a extrema-direita. “Este comportamento não é digno da história do PS”, acusou Montenegro, que apresentou a votação como alguma coisa que “definirá o rumo político do País”.
Para Luís Montenegro, o que o Governo fez no último ano foi dar condições para “ser feliz em Portugal”. Lembrou a forma como o Governo desceu os impostos, aumentou o rendimento líquido dos portugueses em 7%, valorizou 17 carreiras da administração pública, decidiu “investimentos estruturantes”, acabou com “a bagunça na imigração”, aumentou “o policiamento de proximidade e combate à criminalidade grave e violento” e está “a reformular o ensino público da creche ao ensino público”.
Para Luís Montenegro, este é “um País estabilizado e pacificado”, que deve evitar uma crise política.
“Portugal não pode parar”, afirmou, antes mesmo de o deputado do CDS Paulo Núncio tomar a palavra para pedir diretamente a Pedro Nuno Santos para “parar com esta irresponsabilidade”.