A psicóloga e política Joana Amaral Dias vai apresentar, esta terça-feira, uma “queixa-crime contra desconhecidos” na sequência dos insultos e de uma alegada “agressão” que terá sofrido, na passada quinta-feira, 25 de Abril, quando se encontrava no Terreiro do Paço, em Lisboa, numa ação de campanha do Alternativa Democrática Nacional (ADN), partido pela qual é cabeça de lista às eleições europeias de 9 de junho.
Quando estava em direto nas suas redes sociais, Joana Amaral Dias foi abordada por alguns dos presentes que a chamaram de “fascista” e chegaram a tentar derrubar-lhe o telemóvel, quando Joana Amaral Dias fazia um direto para as suas redes sociais. O momento pode ser visto na conta do Instagram da psicóloga e política. As imagens não são totalmente esclarecedoras, mas a candidata do ADN alega que “sofreu uma agressão” e “foi vítima de condicionamento à sua liberdade de expressão”.
Em comunicado enviado à comunicação social, o ADN defende que “as expressões utilizadas por todos os denunciados ultrapassam o limite da liberdade de expressão”. “A Joana Amaral Dias temeu pela sua integridade física e até pela própria vida, visto estar em frente a uma multidão que estava a ser incitada pelas pessoas que a ofendiam e atacaram fisicamente e caso não tivesse sido retirada a tempo pelo presidente do ADN, Bruno Fialho, não sabemos o que poderia ter acontecido”, lê-se na nota.
Com um longo currículo na política portuguesa, Joana Amaral Dias foi deputada do Bloco de Esquerda (entre 2002 e 2005), mandatária para a juventude na campanha de Mário Soares às presidenciais de 2006, esteve ainda ligada ao movimento Juntos Podemos – que chegou a discutir poder integrar o Livre –, foi candidata às eleições legislativas de 2015 pela coligação AGIR (que juntou PTP e MAS) e, em 2017, concorreu pelo Nós, Cidadãos! à Câmara Municipal de Lisboa. Nos últimos anos, é figura assídua na TV, como comentadora em crónicas criminais e de assuntos políticos.
No passado dia 16 de abril, foi anunciada a ligação de Joana Amaral Dias ao ADN, partido que tem adotado posições antissistema e contracorrente, próximas do espectro da direita radical populista – o que levou o Volt Portugal a apresentar um pedido de ilegalização desta formação, por incumprimento da Lei n.° 64/78, que proíbe a existência de organizações fascistas em Portugal.
Grande surpresa nas últimas legislativas, o ADN, presidido por Bruno Fialho, somou mais de 102 mil votos, dez vezes mais do que nas eleições anteriores (tinha conseguido apenas 10 911 votos em 2022). O resultado valeu uma subvenção pública ao partido de quase 340 mil euros.