Pronta a entregar a quem se segue a chave do gabinete na Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva assegura que a transição entre o Governo socialista e o de Luís Montenegro não se pautará pela falta de informação e pelos alçapões herdados de Passos Coelho. Para a ministra da Presidência, que, desde 2015, integrou sempre o núcleo duro de António Costa, o PS não terá conseguido explicar aos portugueses a sua política das “contas certas” e critica a possibilidade de o PSD vir a reformular as linhas orientadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Vista, durante muito tempo, como possível sucessora de Costa, assegura que a surpresa da demissão do chefe do Governo a impediu de pensar entrar na corrida à liderança do PS – mas que tal também nunca foi equacionado por si.
Estou surpreendido com este seu gabinete em polvorosa. Já está a antecipar-se à chegada de quem a sucede?
Tenho oito anos e meio de coisas. Se começasse a fazer isto lentamente, não chegaria ao dia com tudo arrumado. Sou daquelas pessoas que gostam de guardar as notas de reuniões todas, e isso implica alguma organização. Esta é a minha forma de lidar com este período. Se um dia me apetecer escrever sobre este momento, saberei onde tenho os meus cadernos, as minhas notas dos briefings dos Conselhos de Ministros daqueles momentos difíceis. Aguardo quem vier para este espaço já com a secretária limpa.