Fernando Medina garantiu, esta sexta-feira, na Comissão de Inquérito à TAP, que a ex-CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, foi previamente informada sobre a sua exoneração, numa “reunião formal”, na véspera do anúncio público, em conferência de imprensa; contrariando o testemunho da gestora dado à mesma comissão.
“Estou a transmitir o relato fiel, verdadeiro, integral do que foi o âmbito da conversa no domingo [05 de março], uma reunião formal para lhe comunicar que, recebido o relatório da Inspeção-geral das Finanças e ponderadas as suas conclusões, a demissão da engenheira Christine – e do presidente do Conselho de Administração [Manuel Beja], mas essa conversa foi com o ministro das Infraestruturas – não seria possível a sua continuidade e que eu iria propor o início do processo relativamente à sua demissão com justa causa”, disse Fernando Medina.
Segundo o governante, tratou-se de “uma reunião muito difícil para ambos [para si e para a ex-CEO]”. Todavia, insiste que esta informação foi “transmitida à engenheira Christine de forma precisa e rigorosa” na véspera, acrescentou, em resposta ao deputado do BE Pedro Filipe Soares.
Já, em abril, Christine Ourmières-Widener havia manifestado aos deputados que em nenhum momento foi informada de que seria demitida, apenas que a “situação estava complicada”. Fernando Medina “não me deu a informação que seria demitida com justa causa no dia seguinte”, afirmou a ex-CEO, depois de consultar os seus advogados.
Fernando Medina notou ainda que não teve duvidas e que estava alinhado com o ministro das Infraestruturas João Galamba sobre a decisão de demitir a CEO, assim que leu o relatório produzido pela Inspeção-Geral de Finanças, pedido pelo Governo sobre a indemnização de meio milhão de euros paga indevidamente à ex-administradora da TAP Alexandra Reis. “Tornou-se para mim claro que todo o processo de saída da engenheira Alexandra Reis foi ilegal” e que a demissão seria “o único caminho possível”.