A eventual saída de Galamba do Governo poderia acalmar a polémica sobre os acontecimentos da noite de 26 de abril, mas não é a chave para um problema mais profundo, de acordo com Patrícia Silva, docente de Ciência Política da Universidade de Aveiro. A autora de A arte de governar: partidos, governo e administração pública [Ics – Imprensa de Ciências Sociais] defende que, perante a falta de uma oposição convincente, o PS tem sabido reagir à crise política, doseando resultados com políticas sociais.
Após os apupos no Peso da Régua, Galamba é comprovadamente um peso morto no Governo ou ainda é recuperável?
Em política, nada é irrevogável ou irrecuperável. Claro que a credibilidade do ministro está posta em causa, por essas manifestações e sondagens que não deixam margem para dúvidas: Costa deveria ter deixado sair Galamba. Mas, mais do que ter um ministro pouco amado, o que vamos sabendo é que há um Ministério das Infraestruturas com um gabinete disfuncional. A substituição deste ministro tem de ser devidamente ponderada e depende de alguém com perfil disponível para lidar com um ministério que terá problemas de funcionamento interno, de articulação com outros ministérios e a lidar com a pressão sobre a questão da TAP.